Por Fernando Calmon
Tecnologia e conforto destacam-se no Ford Territory
Desde que foi apresentado, no Salão do Automóvel de 2018, como “teste” de mercado, a Ford já tinha decido trazer da China o SUV médio-grande Territory. O modelo que chega agora ao Brasil recebeu nova grade e para-choque dianteiro, embora o estilo se identifique menos com a marca americana e mais com sua parceira oriental JMC. Os para-lamas dianteiros bojudos explicam a largura de 194 cm, 10 cm superior ao Chevrolet Equinox, um dos 10 rivais que compõem o segmento amplamente dominado pelo Jeep Compass.
Espaço grande e porta-malas pequeno
Embora o Territory tenha distância entre-eixos de 2,76 m, só perdendo por 1 cm para o Equinox, o espaço para as pernas, joelhos e ombros no banco traseiro, de fato, surpreende. Exigência típica do consumidor chinês, mas que levou a sacrificar a capacidade do porta-malas: 348 litros contra 410 litros do Compass.
Acabamento
Uma vantagem indiscutível é o acabamento interno com bons materiais e o conforto também nos bancos dianteiros. A ergonomia dos comandos dos vidros elétricos, outro destaque. Tecnologia de bordo inclui central multimídia de 10,1″ que contém um modem e um chip de tráfego de dados para o aplicativo de celular FordPass (primeiro ano grátis). É possível checar remotamente nível de combustível e várias outras funções.
Equipamentos
É o único no segmento com quatro câmeras de alta definição de 360°. Tem quatro portas USB, sendo uma no alto do para-brisa para acoplar câmera de gravação de vídeo, apreciada em países como China e Rússia. Controle de velocidade de cruzeiro adaptativo inclui a função para-e-anda. Há freada automática de emergência, a partir de 30 km/h e também função de estacionamento automático. Ao contrário de outros chineses a volante de direção dispõe de regulagem de distância e altura. Freio de estacionamento eletromecânico tem função autohold.
Motor e câmbio
Motor 1.5 turbo a gasolina, com injeção direta, 150 cv e 22,9 kgfm, acoplado a um câmbio CVT de oito marchas, formam um conjunto suave e silencioso (a 120 km/h, motor gira a apenas 1.900 rpm). Consumo de combustível homologado entre 9,2 km/l (urbano) e 10 km/l (estrada), mas a Ford corrigiu a informação para 10,2 km/l. No uso diário os números efetivos são um pouco melhores em estrada (cerca de 11 km/l) e urbano em torno de 9 km/l. O peso em ordem de marcha, 1.632 kg, limita o desempenho: 0 a 100 km/h, 11,8 s (dado de fábrica). Suspensão independente nas quatro rodas, além de eficiente, bem silenciosa em qualquer tipo de piso.
Preços
Preços: R$ 165.900 (SEL) a R$ 187.900 (Titanium). Tudo incluído, sem opcionais.
Audi promove avant-première
Numa ação audaciosa, a Audi importou temporariamente alguns modelos (que pretende vender entre este ano e o próximo) e os colocou à disposição de clientes selecionados no Autódromo Capuava, em Indaiatuba (SP).
Jornalistas também puderam ter as primeiras impressões em cada um dos veículos da linha de maior desempenho da marca: RS Q8, RS Q3 Sportback, RS 6 Avant, RS 7 Sportback e R8 (versão especial). Os cinco carros, entre perua, SUV e cupê, somavam 1.810 cv de potência com cinco, oito e dez cilindros.
Fiquei particularmente impressionado com o R8 e seu motor V10 de aspiração natural, 610 cv, que divide com os Lamborghini, marca administrada pela Audi.
Anfavea pede mais prazo para emissões e segurança
As normas técnicas para veículos leves no Brasil costumam ser muito discutidas e lentas. As de segurança, conduzidas pelo Contran/Denatran, e as que envolvem emissões pelo Conama. Especificamente sobre emissões o País tem avançado mais que os seus vizinhos porque nossas regras são mais severas.
O Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores) existe há quase 40 anos e desde o início se inspirou nas normas dos EUA que eram até mais duras que as europeias.
Os níveis de emissões de poluentes, em seis fases do Proconve, reduziram em 95% monóxido de carbono (CO), 98% hidrocarbonetos (HC) e 96% óxidos de nitrogênio (NOx). No Estado de São Paulo, nas principais cidades monitoradas pela Cetesb entre 2006 e 2018 a queda foi de cerca de 50%, em média, apesar da frota ter aumentado 66% no mesmo período.
Adiar por dois anos?
A Anfavea pediu adiamento por dois anos da próxima fase, que começa em 2022, para veículos leves. Os desenvolvimentos foram interrompidos pela crise pandêmica e a brutal queda de faturamento.
Representantes do Ministério Público Federal (MPF) são contra e indicam os casos de Índia e México que mantiveram seus cronogramas. Mas há uma diferença: nos dois países podem conviver carros novos com a fase anterior e a mais restrita (estes mais caros, claro). No Brasil, todos os modelos novos que não atendem a legislação devem ser retirados de linha. Não há uma transição para diluir os altos investimentos.
Estivesse o MPF realmente interessado em melhorar o ar que respiramos, cobraria a Inspeção Técnica Veicular que existe há décadas nos EUA e na Europa. Está no Código de Trânsito Brasileiro faz 23 anos e simplesmente não aparece coragem política para tal exigência mesmo de forma bastante gradual. Agora, menos ainda, com a grave crise de saúde e econômica.