Recebi esse estudo e achei interessante observar alguns pontos. O resultado dele aponta que o brasileiro, impactado com os efeitos da crise econômica e inseguro em relação ao futuro, está adiando a troca do automóvel. Os dois principais medos atualmente são a disparada dos juros e a perda de emprego. A pesquisa foi realizada com compradores de veículos 0 km em 2015 ou com intenção de compra nos próximos 12 meses.
O estudo quantitativo foi desenvolvido entre agosto e setembro pela Route Automotive, empresa de pesquisas especializada no setor automotivo, pertencente à holding HSR, junto a 512 consumidores em âmbito nacional.
No primeiro semestre de 2015 as montadoras registraram queda de 19% nas vendas de automóveis em comparação ao mesmo período de 2014, sendo este o pior resultado desde 2007. A insegurança do consumidor aparece na pesquisa, pois para 58% dos entrevistados a crise impactou na compra de veículos. As principais causas foram medo de fazer dívidas (35%), juros altos, taxas e impostos (24%) e receio de perder o emprego (21%).
Do total dos entrevistados, 82% sentiram o impacto da crise no Pais em seus gastos pessoais e 36% percebem a crise principalmente pelo aumento dos preços em geral e dos produtos para casa (24%). Além da mudança comportamental, 18% reduziram os gastos e fizeram economia. Pesquisar melhor antes de comprar e buscar marcas mais baratas foi a solução apontada por 19% deles; enquanto 17% diminuíram a frequência de programas de lazer, como restaurantes, bares, shopping, viagens etc..
“A compra do carro está competindo principalmente com reforma da casa e viagens. É tempo de fazer escolhas, com aversão a qualquer sinal de risco”, avalia Wilson Molinari, diretor da Route Automotive.
Mas vale observar o perfil de público entrevistado: a amostra ouviu um número equilibrado de homens e mulheres e as classes dominantes foram, nessa ordem, A e B. Veja mais informações:
Outro detalhe importante é que 73% dos entrevistados já possui um carro, sendo que 62% comprou o veículo 0 km, enquanto 71,8% comprou o automóvel depois de 2011.
Diante de tanta incerteza, e com preferência de investimento em outros bens, Molinari sugere que as montadoras transmitam segurança aos consumidores. Para isso, é preciso reforçar a visão de investimento em um automóvel novo, deixando claro os benefícios nessa aplicação do dinheiro. “Não é hora para alongar prazos de pagamento, mas sim de dar garantias e coberturas para momentos de incerteza”, conclui.
Além desse comentário do diretor, eu acrescentaria que as montadoras deveriam rever a sua política de preços e ofertas. Entendo que uma série de atributos tenham ficado mais caros. Mas seria mais interessante tornar a compra mais atrativa em termos financeiros. E os bancos e o governo deveriam facilitar novamente o acesso ao crédito. Essa minha percepção também foi retratada na pesquisa. Veja:
Veja mais alguns detalhes interessantes:

Para encerrar, fica a curiosidade de ver essa pesquisa com uma abrangência maior não só do número de entrevistados, mas também de cidades e regiões brasileiras. Ainda assim, os dados são interessantes.
O principal motivo pra eu não trocar de carro na verdade é a disparada dos PREÇOS. Claro que também é culpa do governo que deixou a inflação voltar, aumentou o imposto pra importados, diminuindo a concorrência. Mas nada justifica os preços de carro atualmente. Parece que não existe crise para as montadoras, só pro povo besta que aceita pagar o que elas pedem.
Concordo com a pesquisa. País em crise e preços absurdos, não tem como comprar carro novo.