Muito interessante essa matéria da Folha de S. Paulo. Eu sempre gostei de discutir esse assunto, pois o Brasil precisa urgentemente de um programa de renovação de frota e de reciclagem de veículos.
Sou a favor do IPVA ir ficando mais caro a com o tempo: quanto mais velho for o carro, mais caro é o imposto. Não precisa ser exatamente ano a ano, mas a cada três anos, por exemplo. Mas isso seria apenas uma das partes de um GRANDE todo. Governos, montadoras e entidades precisam se unir para conversar e definir um projeto benéfico para o país, para a população e para o meio ambiente.
Brasil estuda criar programa de reciclagem de veículos
O governo brasileiro estuda a criação de um programa de reciclagem de veículos. A proposta é da Fenabrave (federação das concessionárias), que analisa os modelos usados em outros países em discussão na convenção anual da NADA (associação dos concessionários dos EUA), que acontece nesta semana em Orlando.
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Reprodução/Autosorfaos |
“Estamos conversando com o poder público para que criem regras e um sistema de reciclagem veicular. Somos o quarto maior mercado do mundo e não temos uma legislação e um programa que indique o que será feito com o carro velho”, diz Flávio Meneghetti, presidente da Fenabrave.
Além dos benefícios ambientais, interessa à Fenabrave uma medida de incentivo à renovação da frota, pois isso levaria a uma alta nas vendas de carros novos. “Aquece o mercado de novos e o de usados. Os ganhos são inúmeros, incluindo a redução da poluição, aumento da segurança no trânsito e a geração de renda com a contratação de pessoas e a compra de máquinas para o processo”, defende Meneghetti.
FROTA VELHA
A frota nacional de carros tem idade média de 12 anos. Ao contrário de alguns países, no Brasil, quanto mais antigo é o carro, mais benefícios governamentais ele têm, como a isenção de impostos como o IPVA.
Já a situação dos caminhões é ainda mais preocupante, segundo Alarico Assumpção, vice-presidente da Fenabrave e especialista no mercado de pesados. A idade média da frota é de 14 anos. “Há caminhões com mais de 40 anos ainda ‘trabalhando’. “São veículos em situação precária e perigosa”, aponta Assumpção.
A criação de leis que regulamentaram a reciclagem na Argentina, por exemplo, permitiu a implantação de um programa do Cesvi (Centro de Experimentação e Segurança Viária) do país. A iniciativa reduziu o furto e o roubo de veículos na região da grande Bueno Aires em 70%.
No Europa, a legislação sobre o tema está mais avançada e há unidades para o tratamento dos carros fora de uso em países como a Espanha.
Texto: Ricardo Ribeiro
Reprodução: Folha de S. Paulo