Há uma série de vantagens nos veículos à hidrogênio, entra estas sua abundância na natureza e sem emissões de gás carbônico (CO2), material particulado, monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio ou enxofre.
Hidrogênio verde
Único subproduto no uso deste combustível de alta eficiência em motores é vapor d’água. Quando produzido a partir de fontes e/ou tecnologias renováveis (hidrelétrica, vento, sol, biomassa ou biogás) chama-se hidrogênio verde (H2V). Utilização em automóveis e caminhões não chega a ser novidade (ensaios também em aviões).
BMW, Toyota e Honda
Em 1979, a BMW desenvolveu o primeiro sedã experimental movido a hidrogênio líquido, o 520, depois o 750 hL. Não foi à frente. Até fez uma conferência sobre o assunto no Brasil, em 2003. Lançará, em 2028, o iX5 Hydrogen.
Toyota foi mais persistente e produz por ano cerca 2.000 sedãs grandes Mirai; Honda encerrou a fabricação do Clarity em 2021. As duas nipônicas ensaiam a volta ao H2. Todas são inciativas válidas e estendem sem prazo a vida dos clássicos motores a combustão interna.
Escala e abastecimento
Dificuldades maiores são a produção em larga escala e construir uma rede de abastecimento. Elétricos até hoje penam com a baixa oferta de postos de recarga, em particular nas estradas. Apenas a Noruega avançou, para valer, neste ponto.
Minas Gerais
Apesar de distante e incerta era do hidrogênio no Brasil e no mundo, a Universidade Federal de Itajubá (Unifei), em Minas Gerais, inaugurou no fim de outubro último um Centro de Hidrogênio Verde. Além de pesquisas, começou a produção em escala simbólica do combustível para teoricamente até 20 carros compactos por dia. Recebeu ajuda financeira do governo alemão e apoio do Ministério de Minas e Energia, segundo relatou o reitor Edson Bortoni ao jornal O Estado de S. Paulo. Governo de Minas Gerais e a chinesa Great Wall Motors (GWM) também assinaram um memorando de entendimento de apoio à tecnologia.
Pressão
Entretanto, bom ressaltar que hidrogênio exige um tanque ou cilindro(s) de armazenamento que suportem nada menos de 900 Bar (13.000 psi, quase 400 vezes a pressão de um pneu comum e 4,5 vezes mais que um cilindro de GNV). Um obstáculo severo de volume e massa em qualquer carro atual ou futuro.
Então, vamos com calma e cautela.
Coluna Fernando Calmon (antes Alta Roda) aborda temas de variado interesse na área automobilística: comportamento, mercado, avaliações de veículos, segredos, técnica, segurança, legislação, tecnologia e economia. A coluna semanal é reproduzida em mais de 80 sites, portais, jornais e revistas brasileiros. Começou em 1º de maio de 1999.
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