Por Fernando Calmon
Direção autônoma enfrenta problemas com custo alto
Afinal, para onde caminhamos e em que ritmo para diferentes possibilidades de direção autônoma? Para recordar, são cinco níveis que começaram timidamente com um simples controle de velocidade de cruzeiro (Nível 1). Já se evoluiu para o Nível 2, de automação parcial, como assistente de frenagem e manutenção de faixa de rolagem. Alguns modelos (Audi A8 e Honda Legend) atingiram a automação condicional, quando se precisa intervir circunstancialmente (Nível 3). Automação avançada dispensa a atenção do motorista (Nível 4). Na automação total (Nível 5) volante e pedais nem existem.
Conforme observou recentemente a Automotive News, “tecnologias intrusivas atuais, a exemplo dos avisos de saída de faixa baseados em bipes, costumam ser desativadas porque sinalizam falsos positivos e os motoristas irritam-se. Além disso, dirigir como um humano às vezes pode significar não cumprir totalmente à risca o código de trânsito. Afinal, veículos autônomos são rigorosamente programados para seguir as leis a fim de evitar ações judiciais e responsabilizações”.
Para ter sucesso é preciso não apenas conquistar a confiança do motorista, mas se aproximar o mais possível do modo como ele dirige, obviamente sem colocar a segurança de todo o ecossistema (inclusive pedestres e ciclistas) em risco. Para tanto existem as linguagens de aprendizado de máquina e os algoritmos. O problema é “aprender” todos os tipos de situação, sem falsos positivos, o que obriga a testes de rodagem quase intermináveis e a custos altíssimos.
Necessário julgar se é dia ou noite, chove ou faz sol, feriado ou dia comum para não supervalorizar determinada situação. Acima de tudo, a confiabilidade dos sistemas e subsistemas tem que garantir atuação à prova de falhas, incluindo backup. Sem contar o “autojulgamento” do que seria pior em caso de acidente.
Escala de produção
Um especialista alemão, Udo Steininger, afirma: “Difícil imaginar a necessidade de sistemas de automação de Nível 5 para uso em transporte privado.” Portanto, sem escala de produção, os investimentos dificilmente terão retorno financeiro por maior o ganho em segurança.
Até em uso comercial a viabilização deve-se comprovar. Isso explica porque, depois do Uber em dezembro passado, seu concorrente Lyft acaba de desistir do desenvolvimento de automóveis 100% autônomos. Entretanto, como efeito de demonstração, continua uma iniciativa atraente.
A Toyota, por exemplo, preparou em 2020 um serviço de veículos de Nível 5 para transportar atletas e funcionários nos Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados para este ano. Da mesma forma, a chinesa Baidu lançou agora, em Pequim, o que chamou de robotáxi. Mas nada adiantou sobre quanto custa a tarifa ou se é viável comercialmente.
Efeito estatístico turbina vendas em abril
Conforme se esperava, as vendas acumuladas de veículos leves e pesados no primeiro quadrimestre atingiram 703.000 unidades, 14% a mais que igual período de 2020. Tomando como referência apenas abril, superaram em 214% mesmo mês de 2020. No início da pandemia da Covid-19, ocorreu a suspensão de emplacamentos quando os Detrans fecharam no auge do isolamento social.
“Este ano as concessionárias não abriram por feriados estendidos em São Paulo e decretos de restrição do comércio, em outros Estados”, analisa o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior. Ele frisa, porém, que se for feita a comparação entre abril e março de 2021 houve queda de 7,5%.
Porém, a falta de carros distorce os números e não apenas em razão da pandemia. Há escassez de componentes, principalmente semicondutores, atingindo cada marca de forma desigual. Enquanto a General Motors manterá fechada sua maior fábrica por mais de 60 dias, Fiat e Jeep foram menos atingidas. Estatísticas de vendas por modelos ficam afetadas e podem prosseguir assim nos próximos meses.
O mercado de veículos usados também se ressentiu em abril: queda de 10% em relação a março.
ALTA RODA
FIAT adiantou fotos do SUV crossover que lançará em setembro. Ainda não tem nome escolhido, mas sugere três em votação pelo site: Pulse, Tuo e Domo. Sem ordem alfabética, supõe-se que estejam listados pela fabricante em importância. A conferir.
PEUGEOT aproveitou o dia 4 de maio, considerado o Star Wars Day pelos fãs da franquia cinematográfica, para anunciar uma edição especial do SUV compacto 2008 ainda este mês. Vai se chamar Skywalker em referência a Luke Skywalker, um dos principais protagonistas do filme que estreou em 1977.
NAKATA foi a primeira fabricante de amortecedores no Brasil a dispensar o prazo de 40.000 km para troca “preventiva”: bastam inspeções a cada 10.000 km. A Cofap, integrante da Magneti Marelli vendida pela antiga FCA ao grupo japonês KKR, mudou o discurso. Agora a empresa se chama apenas Marelli e retirou a recomendação de troca periódica. Só a Monroe ainda insiste…
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