Buscando ampliar a sua gama de produtos que foi reduzida drasticamente, a marca italiana preparou uma novidade: Fiat Grand Siena Attractive agora conta também com motor 1.0. Mas não fique tão animado, pois não é o novíssimo e moderno propulsor Firefly de três cilindros. Será que compensa?

Essa é mais uma atração da linha 2017 do sedã, que teve uma ligeira mudança visual, ganhou mais equipamentos e ficou mais cara. O modelo meio que substitui o Siena EL, que deu adeus.

Motor 1.0 8V Evo

O Grand Siena recebeu o super confiável, ruidoso e ultrapassado motor 1.0 8V Fire Evo Flex, de quatro cilindros, que desenvolve 73 cv de potência a 6.000 rpm e 9,5 mkgf de torque a 3.850 rpm com gasolina e 75 cv e 9,9 mkgf com etanol (nos mesmos giros).

Infelizmente, provavelmente pensando na economia do momento e não na escala a longo prazo, a Fiat optou por não equipar o Grand Siena com o recém lançado propulsor 1.0 6V Firefly, de três cilindros, que já equipa o Uno 2017 e o Mobi Drive.

A nova motorização gera 72 cv (a 6.000 rpm) e 10,4 mkgf (a 3.250 rpm) com gasolina e 77 cv (a 6.250 rpm) e 10,9 mkgf com etanol (a 3.250 rpm). Para um carro mais pesado como o Grand Siena, mais torque em baixa rotação seria um grande diferencial.

Consumo do gordinho

Além de não adotar o novo motor, outros pontos do Grand Siena 1.0 me surpreenderam. O primeiro é o peso do veículo. Segundo números da própria Fiat, o sedã 1.0 pesa 1.133 kg, enquanto o 1.4 8V pesa 1.094 kg e o 1.6 16V pesa 1.141 kg manual e 1.148 kg manual automatizado.

O segundo ponto é uma consequência do primeiro. Veja abaixo, de acordo com a Fiat, como o Grand Siena 1.0 tem números inferiores de consumo de combustível, com etanol e gasolina, se comparado aos irmãos 1.4 e 1.6.

A marca italiana está muito otimista do meu ponto de vista. Acredito que os dados de consumo divulgados pelo Inmetro, abaixo (ainda sem a versão 1.0), são mais próximos da realidade:

Equipamentos

Para tentar ajudar a melhorar a média de consumo de combustível, o Grand Siena 1.0 vem equipado com pneus “super verdes” de 14″ (com calotas), que proporcionam menor resistência em contato ao solo, reduzindo o ruído e, segundo a marca, melhorando a frenagem e a durabilidade.

A versão Attractive 1.0 tem uma lista de equipamentos de série até interessante, com destaque para ar-condicionado; direção hidráulica; vidros elétricos dianteiros com one touch e antiesmagamento; trava elétrica com travamento automático das portas a 20 km/h; Lane change (auxilia nas trocas de faixa); computador de bordo; predisposição para rádio (2 alto-falantes dianteiros, 2 alto-falantes traseiros e antena); alertas de limite de velocidade e manutenção programada; faróis biparábola; apoio de cabeça para todos os ocupantes e Follow me home.

Opcionais

O consumidor pode ainda escolher entre dois pacotes de opcionais, que trazem alguns itens que deveriam ser de série num veículo do século 21 (marquei com um asterisco).

Kit Creative 1: volante com regulagem de altura (*); vidros elétricos traseiros com one touch e antiesmagamento; retrovisores externos elétricos com Tilt Down; banco do motorista com regulagem de altura (*); acabamento interno em tecido; porta-óculos; alças de segurança traseiras e dianteira do lado do passageiro (*); apoia-pé para o motorista (*); e revestimento interno da soleira das portas.

Kit Creative 2: volante com comandos do rádio – 6 botões; sensor de estacionamento traseiro; e rádio Connect CD MP3/WMA com entrada USB, viva-voz Bluetooth e função audio streaming.

Garantia e preços

O Fiat Grand Siena tem um ano de garantia total mais dois anos de motor e câmbio – o ideal seria ter três anos de garantia total, como a maioria dos concorrentes.

Mas o cliente pode contratar garantia estendida por mais 12 ou 24 meses de cobertura e o plano de revisão sob medida, com a possibilidade de adquirir de 2 até 10 revisões, de acordo com o perfil do usuário.

Em relação ao preço do carro, o valor pedido pela Fiat para o Grand Siena 1.0 poderia ser mais baixo, mas está numa faixa bem dentro do mercado, rivalizando, por exemplo, com Chevrolet Prisma Joy 1.0 e Nissan Versa Conforto 1.0.

*: Valores retirados do site da Fiat em março de 2014.
**: Valores retirados do site da Fiat em 13/05/2015.
l: Valores retirados do site da Fiat no lançamento da linha 2016.
y: Valores retirados do site da marca em maio de 2016.
x: Valores retirados do site da Fiat em junho de 2016.

Velhas qualidades

No mais, o Grand Siena 1.0 continua com a razoável posição de dirigir, com o espaço interno legal e com o excelente porta-malas: 520 litros. O banco traseiro pode ainda ser rebatido para facilitar o transporte de diversos tipos de carga.

Em termos visuais, o Grand Siena 2017 recebeu uma nova grade dianteira, que, inspirada no finado Linea, deu um “respiro” à parte frontal do veículo. A favor do sedã está o ótimo trabalho da Fiat com o design do “Siena grande”, em especial com a traseira estilo Alfa Romeo.

Mas, como comentei antes, mesmo ainda bonito, o Grand Siena dá sinais de cansaço visual porque os concorrentes são esteticamente mais novos e bem resolvidos, como o Hyundai HB20S e o Prisma.

Mas vale a pena comprar um Grand Siena Attractive 1.0?

O Grand Siena Attractive 1.0 é o mais atrativo da linha 2017 do modelo. Ele demonstra também como o sedã está caro com os motores 1.4 e 1.6. Essa dupla, ao invés de custar R$ 50.750 e R$ 55.950, respectivamente, deveria valer R$ 45.990 e R$ 49.490.

Por outro lado, o Grand Siena com o motor 1.0 8V Evo Fire Flex não anima muito em termos de desempenho e, principalmente, consumo. Teria sido bem mais estratégico ofertar o modelo com o novo propulsor Firefly, de três cilindros, que anda mais e bebe menos.

Ainda assim, acho que vale a compra do modelo, mas só se for para um uso urbano. A seu favor pesam os anos de mercado, que já o conhece muito bem, assim como a confiabilidade do seu propulsor.

Mas lembre-se: o Grand Siena pode evoluir, mas ele tende a sair de linha antes disso, pois o seus substituto já está em desenvolvimento.