Na linha EcoSport 2017, Ford mexe num dos seus problemas mais sensíveis: pós-venda

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Ford EcoSport 2017: mesmo visual, mas revisões diferentes

A Ford mexeu num dos seus problemas mais sensíveis para a linha EcoSport 2017: o pós-venda. Mas ainda não foi dessa vez que o ex-líder da categoria ganhou os reforços necessários para voltar a disputar a ponta.

Basicamente, o Ford EcoSport 2017 tem um novo plano de revisões que passa a contar com somente três visitas à concessionária, ao invés de quatro, durante os primeiros três anos de uso – garantia do veículo. As revisões agora são feitas a cada 10.000 km, ou 12 meses, pelo sistema de preço fixo, o que representa, segundo a marca, uma “economia para o cliente em torno de 17%”.

As revisões

A primeira revisão custa R$ 364 para o EcoSport 1.6 e R$ 368 para o 2.0 e inclui troca de óleo, filtro de óleo do motor e filtro de combustível, além da checagem de mais alguns itens. A segunda revisão, aos 20.000 km ou 24 meses, sai por R$ 576 para as versões 1.6 e R$ 544 para a versão 2.0. Estão incluídos óleo e filtro de óleo do motor, filtro de combustível, fluido de freio e filtro da cabine. A terceira revisão, 30.000 km ou 36 meses, custa R$ 516 para os acabamentos 1.6 e R$ 592 para o 2.0, com troca de óleo e filtro de óleo do motor e do filtro de combustível.

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Ford EcoSport 2017 tem motor 1.6 com duas potências diferentes

Versões 1.6 e 2.0

O Ford EcoSport 2017 está disponível nas versões SE e FreeStyle com motor 1.6 16V e a opção de transmissão manual ou manual automatizada de dupla embreagem, além da Titanium automatizada de dupla embreagem e da 4WD, estas últimas com motor 2.0 Flex.

Por R$ 68.490, o EcoSport SE 1.6 e vem de série com vidros dianteiros e espelhos retrovisores elétricos com piscas integrados, faróis de neblina, rodas de liga leve de 15”, controle eletrônico de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas, piloto automático, computador de bordo, sistema multimídia SYNC com comandos de voz para áudio e telefone, AppLink para acesso a aplicativos e assistência de emergência; sistema Isofix para fixação de cadeiras infantis e chave de segurança MyKey.

A versão FreeStyle, a mais vendida da linha (embora a Ford não responda sobre o mix de vendas de outros carros da marca – pelo menos a nenhum dos meus e-mails), acrescenta grade dianteira, capa dos retrovisores e rodas de liga leve de 16” na cor cinza London Grey, sensor de estacionamento traseiro, vidros elétricos traseiros e abertura e fechamento global. Bancos revestidos em couro e seis airbags são opcionais oferecidos na FreeStyle Plus.

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Ford EcoSport 2017

A versão topo de linha Titanium 2.0 tem todos os itens anteriores com a adição de grade dianteira cromada, sensor de chuva, acendimento automático dos faróis e abertura e fechamento do porta-malas com sensor de presença.

Resumo da obra

A mudança nas revisões foi muito bem-vinda para a linha 2017 do EcoSport. Mas o modelo precisa de mais e a Ford sabe disso. Adiar as alterações mais profundas do veículo deve ter acontecido porque o mercado está em baixa, fazendo com que a companhia poupe recursos.

Embora tenha uma lista de equipamentos interessante, o EcoSport precisa sair de fábrica um pouco mais recheado ou um pouco mais barato. Além disso, manter o motor 1.6 16V com duas potências diferentes (110/115 cv x 126/131 cv) é um erro inconcebível de mercado, que mexe na confiança do consumidor. Melhor só deixar a versão mais potente do propulsor.

Outro ponto de desconfiança do SUV está em torno do câmbio manual automatizado de dupla embreagem. Pude perceber em algumas concessionárias da marca na semana passada que a Ford não tem um plano concreto para resolver a questão. Melhor seria ter uma transmissão automática tradicional ou CVT confiável.