Diferente da Ford, que parece meio blasé às situações do mercado brasileiro há anos, a Nissan não está de brincadeira e mostrou, oficialmente, o Kicks, seu novo SUV/crossover que vai dar o que falar. Com visual atraente e equipamentos interessantes, além de um conjunto mecânico confiável, o modelo tem tudo para ser um grande representante do segmento.
O modelo será o carro oficial dos Jogos Olímpicos e dos Jogos Paralímpicos Rio de Janeiro em 2016. Suas vendas começam no dia 5 de agosto, o dia da abertura das Olimpíadas (coincidência ou estratégia?).
Inicialmente, o Kicks será importado da fábrica da Nissan em Aguascalientes, no México. A produção passará para o Complexo Industrial da marca em Resende, no Rio de Janeiro, que contou com um investimento de R$ 750 milhões (US$ 192 milhões) para receber o projeto do modelo, no primeiro semestre de 2017. O Brasil será o primeiro país a contar com o crossover no mundo. O Kicks será vendido em 80 países.
Mas por que o Kicks parece tão promissor?
A Nissan se apoia em três pilares para fazer da sua novidade um sucesso: design, tecnologia e conjunto mecânico.
Na parte visual, o Kicks conta com a grade frontal “V-motion”, faróis dianteiros e traseiros em formato de bumerangue e o teto “flutuante”, que dá a impressão de estender o para-brisa até o fim dos vidros laterais. Segundo a Nissan, o desenvolvimento do veículo foi fundamentado na performance aerodinâmica, contribuindo não apenas para a dinâmica como também para maior conforto, pois diminui os ruídos provocados pelo vento.
Na prática, o carro ficou bonito e, diferente do receio de muitos, não ficou delicado, mas sim, robusto. Os pontos que chamaram a minha atenção foram a grade dianteira, que parece emprestada de um caminhão, e a mistura de linhas retas e onduladas da carroceria, que vocês podem ver bem na foto logo acima.
Por dentro, a marca promete ótimo espaço e boa capacidade de carga. O painel do Kicks que, na versão topo de linha, tem parte do acabamento em couro, é interessante, com um conceito chamado de Gliding Wing (ou asa planadora), que coloca em destaque a tela colorida de 7″, cuja posição centralizada oferece uma série de sistemas de informação, entretenimento e conexão para smartphones. O volante tem a base reta e o quadro de instrumentos alia um velocímetro analógico, do lado direito, com uma tela digital, do lado esquerdo, que traz uma série de informações.
Entre as tecnologias destacadas pela Nissan, os principais destaques ficam, sem dúvida, para o Around View Monitor (monitor com visão 360°) e para o Moving Object Detection (detecção de objetos em movimento), que se utilizam de quatro câmeras integradas para exibir uma visão total do carro e alertar ao condutor no caso de qualquer perigo que tenha passado despercebido. Esta é a primeira vez que um veículo é oferecido nesse segmento do mercado brasileiro com os dispositivos.
O Nissan Kicks SL, o topo de linha, vem equipado ainda com ar-condicionado digital, direção elétrica, sensor de estacionamento, botão start/stop para ligar e desligar o veículo; travas, vidros e retrovisores elétricos; entradas USB e auxiliar, comandos de som e do telefone (Bluetooth) no volante, banco traseiro bipartido, faróis de neblina, entre outros itens. Ele parece ter ainda airbags laterais, mas fica devendo nos paddle shifts.
Fechando os pilares com a parte mecânica, o SUV/crossover da Nissan terá o motor 1.6 16V flex, o mesmo do March e do Versa, que desenvolve (na dupla) 111 cv de potência e 15,1 mkgf de torque com gasolina e/ou etanol, acoplado às opções de câmbio manual ou automático do tipo CVT, sempre com tração 4×2 (dianteira). Esse conjunto já é conhecido e aprovado pelo público. Na novidade, pode ter um pouco mais de potência e torque.
Os números de força podem não chamar a atenção, mas a dupla Versa e March tem ótimo desempenho e boa média de consumo. Como usam a mesma base, a tendência é que o Kicks seja um veículo relativamente leve, ainda mais se levarmos em consideração quanto pesa o Versa mais pesado. Mas uma coisa é certa: seu consumo será um dos melhores da categoria no Brasil!
Kicks x Versa x March
Nissan | Kicks | Versa | March |
Motor | 1.6 16V | 1.6 16V | 1.6 16V |
Potência (cv) | 114 | 111 | 111 |
Torque (mkgf) | 15,5 | 15,1 | 15,1 |
Comprimento (m) | 4,295 | 4,492 | 3,827 |
Largura (m) | 1,760 | 1,695 | 1,675 |
Altura(m) | 1,590 | 1,506 | 1,528 |
Entre-eixos (m) | 2,610 | 2,600 | 2,450 |
Porta-malas (l) | 432 | 460 | 265 |
Tanque (l) | 41 | 41 | 41 |
Peso (kg)* | 1.142 | 1.088 | 982 |
*: Peso das versões mais pesadas dos modelos, sempre com motor 1.6 16V.
Mais próximo do lançamento oficial, a Nissan irá divulgar os preços do Kicks. A marca garante que os valores serão competitivos. Levando em consideração o histórico da companhia, podemos esperar a versão topo de linha do Kicks, SL, pelo preço da versão intermediária do Honda HR-V (na casa de R$ 90.000).
Espero que seja menos, usando o Renault Duster como base, uma vez que seus preços variam entre R$ 66.490 e R$ 87.450. Não custa lembrar que o Duster Dynamique 2.0 16V 4×2 automático (de apenas quatro marchas) tem preço sugerido de R$ 85.150 (com pintura sólida).
Kicks x Concorrentes
Nissan Kicks | Honda HR-V | Jeep Renegade | Ford EcoSport | Renault Duster | Peugeot 2008 | |
Motor | 1.6 16V | 1.8 16V | 1.8 16V | 1.6 16V | 1.6 16V | 1.6 16V |
Potência (cv) | 114 | 139/140 | 130/132 | 110/115 | 110/115 | 115/122 |
Torque (mkgf) | 15,5 | 17,3/17,4 | 18,6/19,1 | 15,7/15,9 | 15,1/15,9 | 15,5/16,4 |
Comprimento (m) | 4,295 | 4,294 | 4,232 | 4,241 | 4,329 | 4,159 |
Largura (m) | 1,760 | 1,772 | 1,798 | 1,765 | 1,822 | 1,739 |
Altura(m) | 1,590 | 1,586 | 1,666 | 1,696 | 1,683 | 1,556 |
Entre-eixos (m) | 2,610 | 2,610 | 2,570 | 2,521 | 2,674 | 2,542 |
Peso (kg)*** | 1.142 | 1.265 | 1.393 | 1.249 | 1.202 | 1.183 |
Preço inicial*** | ? | R$ 78.700 | R$ 71.990 | R$ 68.490 | R$ 66.490 | R$ 70.290 |
***: Pesos e preços das versões de entrada.
Resumo da obra
A Nissan está extremamente agressiva com o Kicks e precisa ser assim, uma vez que ele é o carro oficial das Olimpíadas do Rio de Janeiro. Por causa disso, a marca foi obrigada a antecipar o lançamento da versão mexicana do modelo por aqui, ganhando tempo para se preparar para a fabricação nacional do veículo no início de 2017.
Se o Kicks tiver um preço extremamente competitivo, acredito que ele possa emplacar cerca de 2.000 unidades por mês (talvez até um pouco mais), levando em consideração que seu visual é atraente, seu conjunto mecânico é confiável e, diferente do que aconteceu com o Chevrolet Tracker, ele chega com inovações interessantes.
Próximo passo da Nissan é atualizar o Sentra.
Acho q o motor do EcoSport 1.6 tem 136 CV, não Parizzi?
Olá Marcos! Eu também achava, até o momento que entrei no site da Ford para confirmar. Veja: http://www.ford.com.br/suvs-e-crossovers/ecosport/versoes/se-16
Pelo que entendi, apenas as versões 1.6 com Powershift têm motor mais potente.
gostei do carro mas esse motor 1.6 16v vai ficar mediano nele, nada como e o 2.0 usado no duster ou o 1.6 thp usado no 208, qto a potencia nao sera a msm do march/versa q e 111cv sera 114cv
Se não me engano, justamente pelo fato de ele ser CVT, n há marchas para serem trocadas; Por isso ele n tem paddle shift no volante.
Oi Renato! É que o Corolla e o City, por exemplo, têm câmbio CVT, com paddle shift, pois o software da transmissão simula sete marchas. Pelo estilo do Kicks, acho que seria um equipamento interessante para ele. Um abraço!
Olá pessoal. Tenho um Corolla com CVT. Não adianta nada a troca no volante, porque o câmbio não permite nenhuma esportividade. Ele só permite vc trocar a marcha quando o giro está compatível com o que vc está colocando. Caso contrário , não obedece. O objetivo do CVT é puramente conforto e não esperividade. Com isso não uso nunca a troca no volante. Não tem graça nenhuma. Abraço.