Entre os dias 20 e 24 de novembro, Belo Horizonte é palco da Bienal do Automóvel, evento que acontece em anos alternados ao Salão do Automóvel de São Paulo desde 2007. Fui conferir a exposição de perto e assim como aconteceu nos últimos anos (2009, por exemplo), ela está carente de novidades “de verdade”, como veículos inéditos e diferentes. Mas, para os amantes de carros, a local até tem algumas atrações legais que talvez justifiquem a visita (como o Cadillac acima).
Nessa edição da Bienal, resolvi abrir mão da minha credencial de imprensa, que dá acesso de graça ao Complexo de Exposições Gameleira – Expominas e me permitia visitar o evento num horário diferenciado (e bem mais vazio), para fazer exatamente o que um visitante normal faz: ir de carro, pagar o caro estacionamento (R$ 20,00), comprar o meu ingresso na porta (embora seja possível comprar pela internet) e enfrentar a multidão para tirar as minhas fotos – tudo para ter a experiência real.
Não tive dificuldades para chegar, nem para estacionar. A compra do ingresso, que custou R$ 20 (R$ 30 quinta e sexta e R$ 40 no final de semana) não durou 2 minutos e logo eu já estava dentro do pavilhão. Mas acredito que essas facilidades dificilmente se repetirão na sexta e, principalmente, no sábado e no domingo – quando o caos deve se instalar.
Para a minha alegria, na Bienal do Automóvel 2013 não temos a presença da Ferrari F430 vermelha, do Lamborghini Diablo preto e do Lamborghini verde. Não me entendam mal: esses modelos “agregam muito valor” e são muito legais, mas vê-los, pela terceira vez consecutiva como atrações, seria o ápice da mesmice. Entretanto, a “picape caminhão” de seis portas continua lá, para o desespero de alguns, com o meu amigo Bruno.
Falando no “mesmo”, mais uma vez temos os Hod Rods e os tunados, que não me agradam; os veículos de rali, os militares (o modelo Cascavel é legal), a exposição de autopeças, acessórios e serviços; e a presença “em massa” de carros antigos, como os do Veteran Car Club (representados, dessa vez, apenas por Ferraris, como 308 GTS, 355 GT, Dino 246 GTS, 330 GT, entre outros modelos – foto acima).
Repetir boa parte das atrações mais uma vez realmente me incomodou, mas, sem dúvida, a pior parte do evento é a ausência de diversas marcas importantes, como Peugeot, Hyundai, Mitsubishi, BMW, Kia, Honda e Volvo – seria possível quase fazer um evento paralelo apenas com essas marcas.
Outro ponto que achei inadequado para o evento foi o excesso de “música” alta. Em alguns lugares, ficou impossível conversar com quem estava logo ao meu lado. Assim como nas outras edições, muitos veículos (carros e motos) foram ligados dentro do pavilhão – mas dessa vez sem ter chilique desnecessário de um veterano jornalista.
Se você gosta de carros e quiser ver algumas atrações até legais, vale a visita à Bienal do Automóvel 2013. Mas lembre-se: a maioria do que está exposto você pode encontrar nas concessionárias da sua cidade.
Veja abaixo o que cada marca mostrou e alguns atrativos interessantes que encontrei no evento.
Top 3 da Bienal do Automóvel 2013
1º lugar
Se você gosta de carros antigos e bem cuidados, vale ir ao estande da Super Máquinas para olhar de perto e em detalhes um belíssimo exemplar do Cadillac Eldorado de 1959, conversível, com “rabão” de peixe. No mesmo estante estão dois caminhões imensos que merecem serem vistos! No espaço da Aethra tem também um Fiat 500 conversível de 1951 e um Chevrolet Impala SS de 1964.
2º lugar
Vale a pena ir ao estande da Quatro Rodas para ver o Ford EcoSport totalmente desmontado depois do teste de 60.000 quilômetros. Embora não seja nada inédito, continua sendo muito interessante observar o carro em pedaços – literalmente.
3º lugar
A possibilidade de fazer um test-drive com o novo Golf GTI. Não pude fazer no dia, mas só de ter essa possibilidade já torna a atração um pouco melhor.
Marcas
Audi
A marca alemã tem vários modelos expostos, sendo que quase todos estão abertos. A “peruona” esportiva RS6 Avant é um dos destaques, mas o carro mais bonito é o S7 Sportback. Temos ainda o TT RS Roadster, A3 Sportback, A1, A5, Q3 e A4 Sedan.
Chevrolet
Na minha opinião, o estande da Chevrolet é um dos mais bonitos (embora pudesse ter mais alguns elementos). Por outro lado, é um dos mais insuportáveis. Digo isso porque foi complicado ficar por lá com a DJ tocando. As músicas eram até legais, mas a altura do som estava insuportável.
Em relação aos carros, a linha 2014 do Camaro é o centro das atenções. Além de poder curtir a beleza do modelo, os visitante também podem entrar no veículo – algo pouco comum no evento para carros que custam mais de R$ 200.000. Outro destaque é o para o novo carro que chegou sem inovar: Tracker. Vale conhecer o modelo.
No mais, Spin, Sonic Effect, Cruze Sport6, S10, Onix, Trailblazer e o sempre ainda curioso Volt. Agile 2014, Prisma, Cruze ou Cobalt? Só nas concessionárias.
Chrysler/Jeep/Dodge
Apenas cinco carros que representam bem as suas marcas: 300C, Durango, Journey, RAM e Cherokee.
Citroën
O pequeno estande da marca francesa mais parece o salão de uma concessionária. Preços e formas de pagamentos são tão (ou mais) importantes do que os próprios carros. Além de números e taxas, os visitantes podem ver o C3, C4 (Competition), C4 Picasso, Aircross e o mais novo C4 Lounge.
Fiat
Os italianos também não trouxeram duas novidades para o evento: o novo Fiorino, que tem o Uno como base, e a picape Strada Cabine Dupla com 3 portas, representada pela versão Adventure.
Fora isso, os visitantes podem ver o Freemont, Uno Sporting, Bravo T-Jet, Linea Sublime, Palio Sporting, Idea Essence, 500, Palio Weekend Adventure, Punto BlackMotion e Grand Siena Essence.
Ford
A marca norte-americana tem como principal atração o novo Focus, nas carrocerias hatch e sedã. Fusion também está presente em duas versões, sendo uma comum e outro híbrida. A Ford mostra ainda o Edge, EcoSport, Ranger e o New Fiesta (hatch e sedã).
Jac Motors
Se o pequeno estante da Citroën parece uma concessionária, o da Jac Motores lembra um feirão de domingo: placas, cartazes, dizeres, números etc. Mas os carros estão lá: J2, J3, J5 e J6.
Mercedes-Benz
A Mercedes também exibe um número interessante de carros no evento. Destaque para a família AMG, como a bela SL. Temos ainda um SLG, ML 350, Classe A e um Classe E. O estante da marca alemã foi o último que eu visitei, já com o evento encerrado e com os seguranças quase me pedindo para ir embora. Com pouco tempo, não consegui anotar todos os veículos, nem tirar muitas fotos, pois a bateria da câmera acabou bem na hora. Acontece.
Motos
O visitante pode ver motos de diversas marcas, como Suzuki, Triumph e Harley-Davidson.
Nissan
Os japoneses trouxeram suas mais recentes novidades para o evento: o sedã médio Sentra e o seu irmão maior Altima – uma boa oportunidade para conhecê-los. O interessante híbrido Leaf também está expostos, assim como (e de novo) o esportivo GT-R. Fora isso, os mesmos de sempre: March, Versa, Frontier e Livina.
Renault
Na Renault, Fluence está “apagado” ao fundo, enquanto o Duster está numa lateral e o curioso ZE. Tudo isso porque, ao centro, temos o novo Logan.
Suzuki
Apenas o Jimny está presente. Embora sejam três exemplares coloridos, eles estão num canto, quase escondidos. O estante da marca é o pior da feira, sem dúvida. Uma vergonha para a Suzuki…
Toyota
A Toyota deu destaque para o Etios em seu espaço, expondo uma versão hatch, uma sedã e uma Cross – todos linha 2014. Também estão lá um RAV4 e, em segundo plano, um Corolla Altis e uma picape Hilux.
Minha dica para quem for na Toyota é ficar ao lado do estande observando a reação das pessoas que entram no Etios ao se depararem com a “belezura” do painel – muito bom!
Volkswagen
A marca alemã concentra as suas atrações nos seus veículos importados. Um Golf Highline 1.4 TSI atrai olhares, mas o Golf GTI 2.0 TSI rouba a cena. O belo Passat CC R-Line também é destaque, enquanto o novo Fusca tinha seu público cativo.
No mais, Gol Seleção, Fox Bluemotion, Voyage 1.6, Saveiro Cross, Amarok, Tiguan R-Line e a cara Kombi Last Edition.
Outros estandes
A Brasvel levou alguns veteranos interessantes ao evento, como um Jaguar Xk8 de 1999, um Chevrolet Corvette de 1960 e dois Cadillacs, sendo um Eldorado de 1993 e outro XLR conversível de 2007. É possível chegar perto deles para conhecê-los e detalhes. A AvantGarde Motors expõe (com o objetivo de venda), dentro de um cercado para ninguém se aproximar, uma Ferrari California (2012), um Bentley FlyingSpur W12 (2013), um Maserati GranTurismo S (2012), um Porsche 911 GT3 (2010) e um Aston Martin DBS (2011).
O visitante também pode conhecer o que o estudantes de engenharia andam fazendo. Gostei muito de conversar com os alunos Lucas e Marina, da equipe Milhagem-UFMG, sobre o CTM M3, um veículo capaz de rodar 240 km com um litro de gasolina pura (sem adição de etanol)!
O evento tem ainda atrações externas, como exibição de Free Style Motocross e Bike Trial.
No geral, dou nota 5,5 em 10 para a Bienal. Pode parecer pouco, mas, para quem deu nota 3 na última, ficou até de bom tamanho.
Bienal do Automóvel 2013
Local: Complexo de Exposições Gameleira – Expominas e Parque de Exposições – Av. Amazonas, 6.030 – Gameleira – Belo Horizonte.
Horário: quarta, quinta e sexta: das 14h às 22h; sábado das 10h eàs 22h; domingo das 10h às 21h.
Como chegar: vá de metrô, descendo na estação da Gameleira. Se não for possível, pegue um dos vários ônibus que passam pela avenida Amazonas. Se não tiver outro recurso, vá de carro. O estacionamento custa R$ 8 a hora ou R$ 20 a diária.
Ingressos: 4ª feira: R$ 20 / 5ª e 6ª feira: R$ 30 / Sábado e domingo: R$ 40
Estudantes crianças de 5 a 12 anos e idosos (acima de 60 anos) pagam meia entrada. Crianças até 4 anos não pagam. Assinante NET tem desconto de 40% em dois ingressos. A compra pode ser feita pelo site da bienal: www.bienaldoautomovel.com.br, na própria bilheteria do Expominas, ou no Shopping Cidade, no quiosque Buy Ticket.
Confira a galeria de fotos da Bienal do Automóvel 2013:
Fmaxxxxxx cara! Ninguém merece!
Valeu pela menção honrosa! hehehehe
“Assim como nas outras edições, muitos veículos (carros e motos) foram ligados dentro do pavilhão – mas dessa vez sem ter chilique desnecessário de um veterano jornalista.”
Quem ser este??? O velho gagá?
Sobre o exagero de som alto isso deve ser coisa de brasileiro chato mesmo cara…no último salão do automóvel a mesma coisa me incomodou. Parecia campeonato de som…
No mais, fui em todas edições da Bienal, mas nessa não sei se vou animar pelo exato motivo de ser “mais do mesmo” como você apontou.
Talvez pelo test-drive do GTI, quem sabe…
Abraço Parizzi!
PS: Esqueceu de dizer que visitar a feira pode valer a pena também pra quem curte moças bonitas. :-p
Para quê pagar pra entrar num galpão para, APENAS, ver de perto carros (sem ao menos muitas vezes poder tocá-los) que podemos conferir de perto nas ruas ou até mesmo fazer um test drive visitando uma concessionária sem pagar nada?
É vergonhoso esse evento chamado de “Bienal do Automóvel”. Quantas saudades eu tenho daquela feira (não sei se posso chamá-la de Salão do Automóvel de BH) que já foi realizada no estacionamento de um importante shopping localizado na zona sul da capital. Aquele sim era espaço de novidades, não apenas os lançamentos dos fabricantes nacionais, mas do que chegaria no Brasil nos anos seguintes e até mesmo das supermáquinas, praticamente todas elas inviáveis aos bolsos dos sonhadores visitantes daquele espaço.
Agora, me apresentar Ferrari e demais veículos já emplacados, de usuários que certamente devem ter cobrado um aluguel para que pudessem estar ali expostos nessa tal de “Bienal”. Não, obrigado! Uma lástima.
Este evento, na minha humilde observação, não passa de uma grande vitrine automotiva, feirão, shopping do carro, seja lá como quiser chamar, pois ali não estão apenas as montadoras representadas, mas as concessionárias representando os fabricantes. Vamos mudar isso, povo de Minas. Vamos exigir o que pelo menos São Paulo já oferece ao público brasileiro, ao menos um Salão do Automóvel.
ótimo comentário Bernardo. concordo com tudo!
Fui na Bienal e concordo com que o Parizzi disse também. Eu só não consegui fazer o test drive no Golf porque estava ridiculamente cheio. Achei melhor sair do lugar e ir para uma concessionária. Foi a melhor coisa que eu fiz.
Bienal: NUNCA MAIS!
Claudio, nem perco tempo com isso. Um tipo de evento desse tem que trazer as novidades do mercado, sejam elas para o ano seguinte ou até mesmo que possa chegar em nosso país alguns anos depois.
Agora, pagar caro pra ir num evento “vitrinão” para ver de perto e muito mal visto carros que eu consigo ver, testar e até mesmo conversar com tranquilidade com um consultor de vendas visitando uma concessionária, NÃO, muito obrigado!
Bom dia!
Estamos falando da Bienal e não de um Salão do automóvel…
Concordo acima com algumas coisas citadas, mas ao mesmo tempo ridículas.
O evento não pode ultrapassar o Salão do automóvel em SP… isso é uma combinação entre organização meus caros, tudo vem de SP, lá onde tudo se foca, a Bienal é um complemento para um reforço do Salão.
Agora quem não quer lugar cheio, barulho etc etc fica em casa vendo televisão que é melhor… Existem alguns brasileiros que se acham que mora na Europa.
OBS: Na copa do mundo fiquem em casa, porque nojentos não sai de casa.
Quanto ódio no coração. Opiniões contrárias são saudáveis, mas é preciso saber ouví-las e respondê-las com serenidade.
Sobre o Salão de SP, ele vem piorando a cada ano, especialmente em termos de infraestrutura. Espero que esse evento aí de BH não seja inspirado no daqui… se for, a situação está mesmo feia.
A bienal continua sendo um VITRINÃO. Para quem gosta de shopping, respeito a opinião.
Ah, tá aí, a mais nova descrição pra essa tal bienal: o SHOPPING DO AUTOMÓVEL.
Abs!
Gostei do novo slogan! hehehe
Ainda bem que ao contrário de você, milhares de pessoas tiraram mais de um milhão de fotos dos nossos HotRods e Muscle Cars, todos inéditos como em todas as outras 3 edições…
Sugiro corrigir a sua menção ao HotRods, não é Rod Rods e sim HotRods
Essa é o melhor evento que temos em Minas Gerais, não sei porque algumas pessoas adoram detoná-los …