Hyundai e Kia perceberam que existe vida além de Tucson e Sportage no Brasil. A Hyundai atacou com o hatch médio i30, que pretendia dominar o segmento quando foi anunciado (e testado por algumas revistas), mas que acabou deixando inúmeras pessoas com raiva por causa da mudança (para cima) de preços quando chegou às concessionárias. Já a Kia pensou melhor e se preparou bem para o lançamento do Soul por aqui, faltando apenas uma opção de motorização bicombustível para o modelo. Mas será que beber álcool faz falta mesmo?
O Kia Soul chega para ser o “patinho feio bonito” do nosso mercado. Ele é diferente, chamativo e “descolado”, com uma lista de equipamentos interessante, motor que dá conta do recado e preço competitivo, além de ter cinco anos (ou 100.000 km) de garantia. Pelo conjunto, é muito provável que a Kia consiga atingir a sua meta de vender 600 unidades por mês.
Embora o visual seja um ponto subjetivo, tenho que admitir uma coisa: o Soul tem presença e chama bastante a atenção por onde passa, ainda mais quando está com as rodas de aro 18”. Como a própria Kia disse, o Soul está no segmento de “carro-design”. Se for isso mesmo, ele concorre então com o PT Cruiser e com o New Beetle (e com o Fiat 500, que não demora muito para chegar). Mas a mistura de características fazem do novo modelo muito mais que um crossover urbano.
Versões e equipamentos
Veja: por R$ 51.490, preço do valor do Soul de entrada, você leva um carro com airbag duplo, ar-condicionado, direção elétrica, retrovisores, trava e vidros elétricos, rodas de liga leve de aro 15” e som com MP3/CD Player e entrada USB e auxiliar. O preço é R$ 400 mais barato do que o valor cobrado por um Idea Adventure.
Se você gastar R$ 55.900, você leva o novo Kia com os mesmos equipamentos acima, além de rodas de liga leve de aro 16”, bagageiro no teto, faróis de neblina, spoiler traseiro, tomada de 12V para os passageiros do banco traseiro, rede de proteção no porta-malas, rede porta revistas nos encostos dos bancos dianteiros e, o mais importante na minha opinião, freio a disco nas quatro rodas com ABS. O valor é R$ 1.715 mais caro que um EcoSport XLS 1.6 flex.
Mas é na versão topo de linha que o Soul demonstra suas principais atrações. Por R$ 59.900 você tem o Soul com todos os equipamentos acima, com a adição de volante e manopla do câmbio revestidos em couro, rodas de liga leve de aro 18”, retrovisores externos com aquecimento e o grande destaque do pacote, o “espelho mágico”: por meio de câmera instalada na tampa traseira, o motorista consegue ver exatamente o que está acontecendo por trás do veículo (especialmente o ponto cego debaixo da janela traseira) apenas olhando para o retrovisor interno, que tem uma tela de LCD de 3.5” que projeta a imagem vinda da câmera. Equipar o Soul com esse equipamentos foi uma boa idéia da Kia, pena que apenas o acabamento topo de linha tenha o equipamento, já que o modelo tem péssima visibilidade traseira (graças às largas colunas) em qualquer versão.
Internamente, o que chama a atenção é o espaço, bom para cinco adultos; mas apenas razoável para bagagem (340 litros). O painel é moderno e bonito, mas tem um ponto polêmico, o interior dos compartimentos (porta-luvas e porta-trecos) é vermelho. Falando em cores, o Kia Soul está disponível em branco, vermelho cítrico, azul quartzo, prata brilhante, preto oriental, azul lunar e cinza titânio.
Debaixo do capô está um dos interessantes diferenciais do Soul, o motor 1.6 16V a gasolina que desenvolve 124 cv de potência e 15,9 mkgf de torque. Pelos testes das revistas e sites especializados, o propulsor dá conta do recado e leva os 1.287 kg do novo Kia com desempenho satisfatório e com boa média de consumo: 11,1 km/l (Revista Quatro Rodas) e 8,9 km/l (Revista Carro) na cidade e 13,1 km/l (Quatro Rodas) e 16,1 km/l (Carro) na estada, com média de 12,1 km/l (Quatro Rodas) e 12,5 km/l (Carro). Com esses números, será que ele precisa mesmo ser flex? Segundo a Kia, o Soul passará a rodar com gasolina e/ou álcool em 2010. Além disso, ele poderá ainda ser equipado com um motor maior (espaço debaixo do capô ele tem), que, provavelmente, será o 2.0 16V do Sportage.
E então, você compraria um Kia Soul?