Um carro e uma versão de outro estão deixando o nosso mercado: Chevrolet Tracker e Volkswagen Golf GTI.
O primeiro deles, que já se despediu, é o Chevrolet Tracker (a GM não confirma a informação). No final no ano passado, diversos fatores apontavam para o fim de linha do modelo no Brasil. O primeiro foi o retorno oficial da Suzuki ao Brasil tendo, como principal modelo, o novíssimo Grand Vitara. Todo público e a imprensa fizeram a mesma pergunta à GM: como fica o Tracker com a volta da Suzuki? A resposta foi: “ele continua no mercado nacional”. Porém, foi muito estranho ter duas marcas vendendo duas gerações diferentes do mesmo carro com nomes diferentes (embora os dois sejam Vitara).
O segundo foi o anúncio do fim da produção do modelo na fábrica da marca em Rosário, na Argentina, no final do ano passado. A Suzuki fornecia as peças para serem montadas na terras dos nossos “hermanos”. Em dezembro perguntei à GM pessoalmente sobre a saída da linha do Tracker e tive a seguinte resposta: “todos os carros vão sair de linha um dia, então, um dia, o Tracker também vai sair de linha”. Não satisfeito com a resposta, emendei mais uma pergunta: mas e quem comprou e está comprando o Tracker agora (final de 2008/início de 2009), o que esperar da Chevrolet? Eles responderam: “enquanto este veículo tiver a gravata da GM na dianteira, ele terá assistência técnica da marca no Brasil”.
O fato foi que estive em duas concessionárias da marca e nenhuma delas tem o carro em estoque e nem previsão para receber novas unidades. Liguei para mais duas revendas da GM e recebi a mesma informação. Uma fonte de uma concessionária me disse que o carro não volta mais ao nosso mercado. A GM aproveitou a redução do IPI para queimar o estoque do modelo. O jipe chegou a ser vendido com descontos, podendo sair até por R$ 53.900. As últimas unidades do Tracker foram comercializadas em fevereiro.
O Tracker era vendido por aqui com motor 2.0 16V a gasolina de 128 cv desde 2006, em sua segunda aparição no mercado brasileiro. Sua primeira foi no início dos anos 2000. Vale lembrar que, em 2003, a Suzuki abandonou o Brasil depois da disparada do dólar, deixando todos os proprietários na mão. A GM
Acho uma pena o Tracker sair de linha. Embora ele seja ultrapassado em vários aspectos, como espaço e design, ele é um jipe honesto, que aguenta trilhas por causa da sua tração 4×4 com reduzida, além de já ter, de série, airbag duplo, ABS com EBD, ar-condicionado, direção hidráulica e teto solar.
Outro que está dando adeus é o esportivo Golf GTI. Os estoques devem durar, no máximo, até o final de abril. Com isso, os esforços da Volkswagen serão concentrados na nova linha GT que, como o Vectra GT , tem apenas o visual esportivo, e não o desempenho esportivo – como o GTI (motor 1.8 turbo de 193 cv com gasolina podium).
O principal motivo do fim da linha, como não poderia ser diferente, é a crise econômica mundial, aliada ao alto preço e a baixa procura pela versão GTI – o mesmo aconteceu com o Stilo Abarth. Com câmbio manual, o modelo ainda é vendido por cerca de R$ 95.000. Já com a transmissão Tiptronic, o preço sobe para a casa dos R$ 107.000 (os valores podem variar de acordo com a cidade e região do Brasil). Quando você tenta montar um Golf GTI no site da Volkswagen, os preços das versões manual e automática não aparecem mais.
Com o fim do Golf GTI, diversas especulações começam a aparecer. A que eu gostaria que acontecesse seria a chegada do Golf VI ao Brasil, vindo do México, da mesma planta que produz o ótimo sedã Jetta. Outra possibilidade seria a geração V do modelo chegar ao Brasil, também vindo da fábrica do México, que aproveitaria os equipamentos e peças que foram colocados de lado na fábrica da Europa por causa da produção do Golf VI.
Seja a geração V ou a VI, o fato é que qualquer uma delas é muito superior à IV,5 que é vendida no Brasil.