Luz amarela: a relação entre veículos elétricos e demissões no setor automotivo
O sinal não deve mudar para vermelho. Porém, reforça a tese que sempre defendi nesta coluna: rumo certo, ritmo incerto. Na empolgação inicial, principalmente de várias marcas importantes, vale contrapor o velho ditado popular: “Colocaram a carroça à frente dos bois”. Isso em referência a um certo atraso no desenvolvimento de híbridos frente aos elétricos que, de certa forma, começa a ser reconsiderado no exterior.
Demissões sempre ocorrerão porque a produção de elétricos exige menos mão de obra e peças. O Brasil, entretanto, tem observado a trilha correta para uma transição inteligente e cautelosa.
General Motors e Stellantis
Os sinais lá fora são claros. General Motors, entre outros motivos, demitiu sob acordo este ano cerca de 6.000 profissionais administrativos pelo mundo, noticiou a agência AP, sediada em Nova York, EUA. Fala-se em “transição incerta para os elétricos”. Talvez o adjetivo adequado fosse “transição apressada”.
No Reino Unido, Stellantis planeja fechar sua fábrica de comerciais leves a combustão em meio a disputas com o governo sobre o volume de elétricos que precisa vender sob obrigação no país.
Porsche, Ford e Renault
A Porsche desenvolverá carros de combustão interna por mais tempo do que o planejado, pois suas vendas de veículos elétricos estão caindo, segundo o Automotive News Europe. Ford cortou 4.000 empregados na Europa, noticiou o jornal inglês The Guardian. Já a Renault se comprometeu a um mix puramente elétrico de 90% até 2030, afirmação ao site Auto Express.
Toyota
Notícias desse naipe se sucedem. Parece que vários fabricantes passaram a considerar também os híbridos, algo em que a Toyota acreditou (no começo, desdenhada) desde 1997 com o Prius. Quase 30 anos atrás… Até 2028 a japonesa pretende vender apenas híbridos no Brasil.
Coluna Fernando Calmon (antes Alta Roda) aborda temas de variado interesse na área automobilística: comportamento, mercado, avaliações de veículos, segredos, técnica, segurança, legislação, tecnologia e economia. A coluna semanal é reproduzida em mais de 80 sites, portais, jornais e revistas brasileiros. Começou em 1º de maio de 1999.
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