Alta Roda – Caminho aberto para o motor turbo

Ford-New-Fiesta-hatch-Brasil-recorde-SE-Titanium
Ford Fiesta 1.0 EcoBoost

A combinação de turbocompressor e motor de 1 litro é uma tendência e, tudo indica, vai se expandir. Na realidade, não chega a ser uma novidade pois o Gol, em 2001, tinha uma versão com esse arranjo que desenvolvia 112 cv, mais voltada para desempenho do que economia de combustível. Em julho do ano passado, a Volkswagen lançou o up! de 1-litro, três-cilindros, turbo e injeção direta (etanol/gasolina) para buscar desempenho e, ao mesmo tempo, menor consumo.

Hyundai deu sua resposta em abril último com o HB20. Seu tricilíndrico turbo também é flex e a potência de 105 cv iguala-se à do up!, mas perde em torque. Ao adotar a injeção no duto (na Coreia do Sul a injeção é direta na câmara de combustão), teve de manter a partida auxiliar a gasolina em dias frios.

Solução harmoniosa entre desempenho e consumo acaba de estrear no Fiesta. Motor EcoBoost de três cilindros alcança 125 cv e 17,3 kgfm. Em relação ao motor aspirado de 4 cilindros de 1,6 L (que continua em linha), ao utilizar gasolina, a potência é igual, mas o EcoBoost ganha não apenas 1,5 kgfm de torque. Sua curva de torque máximo começa bem antes, às 1.400 rpm, e continua constante até 4.000 rpm. Na prática, é mais rápido que o seu irmão de maior cilindrada em todas as situações.

Duas características impressionantes são silêncio na marcha-lenta e baixo nível de vibrações. O compacto da Ford supera nesses quesitos os três-cilindros no mercado, embora ao se acelerar a fundo seja fácil de notar a sonoridade típica. A fábrica indica aceleração de 0 a 100 km/h em 9,6 s. Sua desvantagem é ter apenas versão a gasolina. O motor vem da Polônia e a Ford, por ora, não pretende aumentar a oferta para outros modelos.

No consumo de combustível, como esperado, destaca-se em relação ao motor de 1,6 litro. O EcoBoost faz, de acordo com o fabricante, 10,2 km/l em cidade e 15,3 km/l na estrada. O motor só está disponível na nova versão superequipada Titanium Plus. Único câmbio, comum nessa faixa de mercado, é o automatizado de duas embreagens e seis marchas, um pouco mais lento nas trocas do que outros do mesmo tipo.

Um ponto de discussão é o preço. O Fiesta 2017, nesta versão de topo e motor de 1,6 L, custa R$ 70.690. Inclui equipamentos como chave com sensor de presença, bancos revestidos em couro, rodas de aro 16 polegadas, acendimento automático dos faróis, espelho retrovisor eletrocrômico, sensor de chuva, e ar-condicionado digital.

O EcoBoost vai a R$ 71.990 ou cerca de R$ 1.300 a mais. No entanto, se beneficia de 4 p.p. a menos de IPI, em relação ao 1,6 L flex, por se tratar de motor de 1 litro. Uma parte pequena dessa vantagem tributária se perderia, pois o motor vem do exterior, porém o governo reduziu a taxa de importação, em março último, no caso de “inexistência de capacidade de produção nacional equivalente”.

Assim, mesmo ao considerar aumento de custo de um motor turbo, o preço está dentro dos parâmetros de outros de mesmo nível tecnológico e, em parte, pode ser compensando pela economia de combustível. Estima-se que 10% dos compradores do Fiesta optem pelo EcoBoost.

Motores turbo de 3 cilindros devem aparecer em breve no Golf e, provavelmente, também no Focus. O caminho está aberto.

RODA VIVA

CITROËN Cactus, crossover que utiliza mesma arquitetura do C3, está em fase final de desenvolvimento. A fábrica não confirma, mas pode ser exibido no Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro próximo. Modelo nacional será mais “enfeitado” que o francês. Vendas só em 2017. Já o C4 Lounge argentino receberá reestilização e novo interior.

Fiat-Bravo-Sporting-2016
Fiat Bravo está dando adeus

FORTE queda do mercado brasileiro inviabiliza modelos de baixo volume de vendas. No mês passado, estatísticas da Fenabrave apontam Linea, Bravo e Idea com apenas 79, 58 e 165 unidades vendidas, respectivamente. Ou seja, fim de linha para os três. Até o Punto, com apenas 510 unidades comercializadas, não se sustenta, conforme fontes de fornecedores.

Toyota-Etios-2017-hatch-sedan-painel-digital
Painel digital da linha Etios 2017

TOYOTA investiu no Etios para melhorar seu aspecto interno. Mostrador central agora tem ótima visibilidade e até se diferencia pelo ponteiro do conta-giros deixar uma sombra ao se movimentar. Hatch compacto continua a oferecer motores de 1,3 e 1,5 L que estão mais potentes, têm torque superior e consumo médio de combustível menor. Estreante câmbio automático de quatro marchas vai muito bem, até na versão de menor cilindrada.

Toyota-Etios-2017-hatch-sedan
Toyota Etios 2017

ETIOS sedã, apenas com motor de 1,5 L, se destaca pelo porta-malas entre os maiores do segmento. Estilo externo pode não agradar tanto, mas suspensões são um ponto alto. E o pequeno diâmetro de giro facilita muito manobras de retorno e estacionamento.

SEMPRE é bom lembrar-se de ligar o ar-condicionado no modo frio, mesmo em temperaturas baixas de inverno. Esse cuidado evita ressecamento das mangueiras e ajuda na lubrificação do compressor. Causa algum desconforto, mas bastam 10 minutos de funcionamento de quinze em quinze dias. Termostato não precisa estar na posição de menor temperatura.

Comentários

  • RODRIGO TORRES GUASCH disse:

    O preço do fiesta com motor turbo é maior que o do Corolla 1.8… Difícil imaginar alguém comprando o fiesta por esse preço…

    • Deixe um comentário

      O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *