
[POST ATUALIZADO COM OS PREÇOS DO VEÍCULO] Já vimos esse filme antes. O Volkswagen Jetta acaba de ser nacionalizado e ganhou motor 1.4 turbo, mas que só bebe gasolina! Será que é um mico investir nesse modelo sem que ele seja flex (algo que não deve demorar a acontecer, uma fez que o Golf 1.4 TSI agora é bicombustível)? Mico ou não, o novo propulsor dá mais vida ao sedã, que penava com a ultrapassada motorização 2.0 flex – essa, finalmente, se aposenta por aqui.
O Jetta agora é montado em São Bernardo do Campo (SP) e, debaixo do seu capô, vem a grande novidade: sai o antigo motor 2.0 8V Total Flex, com seus meros 116/120 cv, e entra o esperadíssimo propulsor 1.4 TSI, que continua com injeção direta, turbo, duplo comando de válvulas variável e que, agora, depois de ser retrabalhado, passa a atingir 150 cv de potência. Mas a excelente notícia se torna uma lambança: essa motorização, que vem do México, é movida apenas a gasolina. No momento, o etanol não compensa em quase nenhum estado, mas, mesmo assim, não ser flex é um erro primário.
“Assim como os nossos clientes dos Estados Unidos e do México, os consumidores brasileiros também estão recebendo a partir de agora o Jetta Trendline e Comfortline equipados com o motor 1.4 TSI, que é um dos mais premiados propulsores da marca em todos os tempos. Com isso, o modelo, já reconhecido por seu nível elevado de segurança, conforto e tecnologia, se torna também a nova referência do segmento em alto desempenho e baixo consumo de combustível”, disse David Powels, presidente e CEO da Volkswagen do Brasil.

Mas parece que o senhor Powels se esquece o Golf, também da Volkswagen, que acaba de tirar passaporte brasileiro, agora é equipado, na versão Highline, com o motor 1.4 TSI bicombustível, que, fabricado em São Carlos (SP), desenvolve os mesmos 150 cv (etanol e gasolina) a 4.500 rpm de potência e 25,5 kgfm de torque. Exatamente o mesmo aconteceu no final do ano passado com o Audi A3 Sedan.
A marca não informou quando o Jetta 1.4 TSI será flex. Ou seja, teoricamente, a VW pode estar transformando o seu bom sedã num mico de mercado, exatamente como a Ford fez com o Focus há alguns anos (e fez novamente recentemente, mas por causa da mudança de geração). Quem comprar o Jetta 1.4 a gasolina provavelmente terá o seu carro desvalorizado quando o modelo 1.4 bicombustível chegar ao mercado.
Agora resta saber quanto a novidade irá custar (veja os preços atuais abaixo). Se levarmos em conta o que temos visto atualmente, com a própria Volkswagen e também com outras montadoras, A Volkswagen, assim como a Jeep e a Honda, subiu os preços do Jetta, que agora custa ainda mais caro – diferente do que pensa o presidente da Anfavea, que acha que os carros brasileiros estão entre os mais baratos do mundo (isso não é piada).
Preços
A versão intermediária, Comfortline, que foi nacionalizada, custa salgados R$ 89.750 – um aumento de R$ 8.960. As opções Trendline, de entrada, e Highline, topo de linha, continuam importadas do México. A primeira subiu R$ 2.940, mas perdeu o câmbio automático de seis velocidades, que era um item de série. Quando equipado com essa transmissão, o Jetta Trendline passa a valer R$ 83.630 – R$ 8.340 a mais. A versão Highline, que não recebeu nenhuma alteração, pelo menos manteve o elevado preço: R$ 102.990.
Volkswagen antes | Fabricação | Motor | Preço |
Jetta Trendline AT | México | 2.0 8V Total Flex | R$ 75.290 |
Jetta Comfortline AT | México | 2.0 8V Total Flex | R$ 80.790 |
Jetta Highline DSG | México | 2.0 TSI a gasolina | R$ 102.990 |
Volkswagen hoje | – | – | – |
Jetta Trendline MT | México | 1.4 TSI a gasolina | R$ 78.230 |
Jetta Trendline AT | México | 1.4 TSI a gasolina | R$ 83.630 |
Jetta Comfortline AT | Brasil | 1.4 TSI a gasolina | R$ 89.750 |
Jetta Highline DSG | México | 2.0 TSI a gasolina | R$ 102.990 |
Os 150 cv ao invés de 116/120 cv não justificam o elevado aumento de preço, embora o Jetta tenha agora um desempenho muito superior, além de médias de consumo mais atraentes, o tornando um produto muito melhor para brigar entre os sedãs médios – segmento em que o modelo da Volks tem participação morna (modelo foi o 6º colocado em 2015, atrás de: Corolla, Civic, Sentra, Cruze e Focus Sedan). O antigo e ultrapassado propulsor 2.0 8V sai de linha sem deixar quase nenhuma saudade (a não ser pelo preço).
Para encerrar, depois da marca anunciar o Golf 1.4 turbo flex há poucos dias, não dá para entender como a Volkswagen lança o Jetta 1.4 turbo a gasolina e com uma versão nacional tão cara. Parece mesmo a Ford…
O motor antigo era uma porcaria e o novo é ótimo. Na minha opinião, vale o aumento e o Jetta, agora, é a melhor opção.
Ser flex é só questão de marketing já que ninguém ou quase ninguém usa a porcaria do etanol. E ainda tem a opção de não ser automático o que é muito bom pois sem o DSG este automático virou uma porcaria também. Então para os pobres (meu caso) 78230 reais e para os ricos 102990. Só vejo estas duas opções.
Burrice para mim foi lançar o Golf com o motor de enceradeira.