Uber, Google e Apple. O que estes três nomes da indústria de telemática e aplicativos têm a ver com coluna sobre automóveis? Tudo. Google e Apple dispensam apresentações, mas Uber é a empresa que desenvolveu um aplicativo para telefones inteligentes que facilita oferecer caronas entre pessoas conhecidas ou não.
Evolução foi rápida, mas as coisas encrencaram quando se iniciou, digamos, a “profissionalização”, algo mais de que dividir combustível, taxas, pedágios, manutenção e – por que não? – uma remuneração básica… Em vários países os taxistas consideraram o serviço uma concorrência desleal e ilegal. Imagine o caso de Londres e seus milhares de ruas estreitas, curtas e nomes variados. Um profissional para trabalhar na capital inglesa passa por severas exigências, inclusive de saber percursos de cor. Em plena era do navegador GPS essa decoreba não deveria fazer mais sentido.
Uber colecionou vários processos de banimento ao redor do mundo, inclusive no Rio de Janeiro. Envolveu-se também em polêmicas por tentar prejudicar aplicativos concorrentes. Até o Google resolveu participar do capital da empresa americana e, segundo especulações, a gigante californiana ensaia lançar seu próprio aplicativo de caronas, inicialmente para seus funcionários.
O passo seguinte é fácil de entender. A menos conhecida entre as três marcas citadas montou uma parceria com a Universidade Carnegie Mellon, dos EUA, para desenvolver carros sem motoristas. Na realidade poderia produzir uma frota de táxis autônomos. Se hoje parece loucura, na projeção de uma década ou menos pode não ser.
Google já tem alguns carros autônomos em testes autorizados por ruas e estradas da Califórnia. Sua arquirrival Apple, obviamente, nunca vai querer ficar para trás. Há informações de que um dos projetos secretos da criadora do telefone inteligente seria desenvolver e lançar um carro elétrico. Pode ser apenas coincidência, porém vários executivos e engenheiros da indústria automobilística foram contratados pela Apple nos últimos anos. A Tesla, que produz o sedã elétrico grande Model S, se queixou de aliciamento de alguns de seus funcionários.
No entanto, os dois gigantes da telemática devem saber sobre os grandes riscos inerentes à indústria de veículos. Há fases boas e ruins, alternância de lucros e prejuízos, sem contar exigências de capital e regulamentos de emissões e segurança. Além disso, os fornecedores de componentes e autopeças muitas vezes são ajudados nos gastos de pesquisa e desenvolvimento. Improvável os fabricantes automobilísticos assistirem passivos a todas essas mudanças, inclusive em relação à invasão de áreas e competências.
Trata-se de realidades industriais e de rentabilidade financeira bastante diferentes de um veiculo com 4.000 a 5.000 peças. Google iniciou uma aproximação com os cinco maiores conglomerados de marcas. “Eles têm muito a oferecer”, disse Chris Urmson, diretor do programa de carros autônomos. Seria ótimo também se a autonomia de um automóvel elétrico fosse bem maior do que 8 a 12 horas de um telefone inteligente usado normalmente.
RODA VIVA
COTAÇÃO do dólar beirando os R$ 3,00 já diminuiu a distância de preços entre automóveis vendidos no Brasil e nos EUA. Basta fazer comparação com as versões equivalentes de modelos nos dois mercados, não apenas de versões de entrada. Ao retirar a carga de impostos – aqui a maior do mundo, lá a menor – muita gente terá surpresas. Há previsões de o dólar superar os R$ 3,00 até o final do ano.
VOLKSWAGEN incluiu retoques de estilo na frente e na traseira, inclusive na tampa do porta-malas para melhorar o acesso, no Jetta 2015, ainda importado. O de topo Highline tem motor turbo de 2 L/211 cv e continuará vindo do México, enquanto o de entrada e o intermediário serão montados (pouco conteúdo nacional) em São Bernardo do Campo (SP). O sedã agora começa em R$ 75.000, mas com motor 2 L de apenas 120 cv. Não existe mais câmbio manual: todos são automáticos. O novo 1,4 L turboflex nacionalizado, do Golf e sedã A3 paranaenses, também estará no Jetta, segundo fontes da Coluna. Tudo, porém, no segundo semestre do ano.
CIVIC Si cupê atrai olhares por onde passa e resgata a sensação ainda inebriante de poder esticar as marchas na faixa das 7.000 rpm – ao contrário de um motor turboalimentado. Seu motor aspirado de 2,4L/206 cv combinado unicamente ao câmbio manual de 6 marchas (sem opção de automático), suspensões bem firmes e equipamento de ótimo nível estão na medida certa. Distoa apenas o aerofólio traseiro algo exagerado que acaba atrapalhando um pouco a retrovisibilidade. E, claro, preço puxado, pois vem do Canadá.
TOUAREG recebeu discretas atualizações na dianteira e na traseira. Todas as versões 2015 continuam com tração 4×4 e dividem arquitetura com Porsche Cayenne. SUV de topo da VW oferece motor V-8 de 360 cv (80 cv a mais que o V-6) e incorporou agora o pacote estético R-Line. Faixas de preço entre R$ 250.000 e R$ 300.000.