Resumindo o fato (mesmo texto do bigode/linha fina da matéria): “Proprietário não pode retirar veículo apreendido por estar em nome do pai, morto há alguns meses. Até que inventário seja concluído, só ordem judicial para liberar o carro”.
Ou seja, o motorista Rodrigo (nome trocado a pedido do proprietário do veículo) parou o carro num local proibido e o veículo foi rebocado. Até aí tudo bem. Como está na matéria, “contra o reboque e apreensão, Rodrigo não tem nada a questionar, já que o veículo estava em área de carga e descarga”.
Aí vem o absurdo completo da BHTrans! Rodrigo não consegue retirar o carro porque ele está no nome do pai dele, falecido há aproximadamente dois meses! Para retirá-lo do pátio da empresa, a BHTrans exige que o Rodrigo obtenha um alvará na Justiça! É um absurdo!
Rodrigo é filho único e inventariante, responsável legal pelo espólio, e único herdeiro; ele tem a certidão de óbito do pai, além de todos os documentos do veículo e a cópia da petição e número do processo do inventário. O que mais ele precisa mostrar para a BHTrans? Quanto ele calça? O tamanho de camisa? A comida favorita? O advogado Evandro Braz de Araújo Júnior foi muito correto ao afirmar que “a exigência da BHTrans é arbitrária, abusiva e excessiva”.
Posso afirmar que conheço o Rodrigo pessoalmente. Acompanhei o caso muito, mas muito de perto. O que a BHTrans fez e está fazendo extrapola qualquer senso de noção! O Rodrigo tem inúmeros documentos que, se fossem levados a uma empresa um pouco mais séria e, principalmente, mais organizada, ele já estaria rodando com o carro há muito tempo.
Enquanto o alvará da justiça não sai, a BHTrans lucra com as diárias do veículo, que está preso no pátio por causa de uma burocracia idiota. Será que a BHTrans está visando o lucro? Prefiro não responder, nem comentar mais nada…
Atualização (14/08):
Coincidência ou não, Rodrigo conseguiu o alvará ontem e a liberação do seu carro hoje, um dia após a matéria ter sido publicada no De 0 a 100, no jornal Estado de Minas e no Portal Vrum. Ao todo, o carro ficou 14 dias no pátio da BHTrans.