Assim como acontece com a Ford, a Chevrolet, infelizmente, continua sem dar muita bola para os meus e-mails e sem me emprestar carros para análises. Mas isso não me impede de sempre tentar levar conteúdos dessas marcas para os milhares de leitores do De 0 a 100. E, agora, fiz o possível para descobrir qual é o segredo que faz do Chevrolet Onix o carro mais vendido do Brasil em 2016.
Para isso, precisei alugar a versão LT 1.0 do hatch, uma das preferidas do público. Diferente do Fiat Bravo, que deu adeus em definitivo, esse é mais um teste de despedida, mas, nesse caso, apenas antes da primeira reestilização do veículo da General Motors.
Logo de cara, já conto parte do segredo: o Onix vende muito porque ele é um verdadeiro Chevrolet – nas qualidades e defeitos! Ao dirigí-lo por quase 200 km, na cidade e na estrada, pude me lembrar do Opala do meu tio, do Omega do meu vizinho, do Monza que o meu pai teve (pior carro das nossas vidas), do Vectra do meu tio, dos dois Vectras que testei (quando a marca tinha a mente mais aberta no empréstimo de carros para análise) e, claro, do meu saudoso, especial e inesquecível Astra, um dos automóveis que mais marcou a minha vida.
Conforto e ergonomia
Fiquei realmente impressionado como pude me recordar de tantos carros da marca ao conduzir o Onix. Seguindo a tradição, seu rodar é robusto e previsível, o que é bom para as nossas ruas e estradas.
Na cidade, ele vai muito bem, com até boa agilidade, cabendo em quase todas as vagas, com espaço suficiente para levar a esposa e os amigos com tranquilidade. Na estrada, falta um pouco mais de conforto e espaço aos ocupantes para viagens mais longas, embora o acabamento não seja ruim. Com 280 litros, o porta-malas é honesto.
O que poderia melhorar no Onix é a ergonomia. A falta de ajuste de profundidade no volante incomoda, assim com os comandos muito baixos do ar-condicionado. Agora, o maior defeito do veículo é o puxador das portas dianteiras – o pior que vi nos meus mais de 10 anos como jornalista automotivo e, talvez, o pior entre os carros do Brasil vendidos atualmente. Com a peça muito recuada, abrir e fechar as portas vira quase uma ginástica.
Outro aspecto que me decepcionou um pouco no Onix foi o seu painel de instrumentos. Inspirado numa moto, ele tem até boa visibilidade, mas é muito simplório e pobre, deixando um pouco a desejar num veículo que custa a partir de (altos) R$ 39.190 (LS 1.0 sem nenhum opcional).
Desempenho e consumo
Debaixo do capô, o Onix traz o ultrapassado e confiável motor (SPE/4) 1.0 8V, de quatro cilindros, que desenvolve 78 cv de potência e 9,5 mkgf de torque com gasolina e 80 cv e 9,8 kgfm com etanol.
Nas minhas médias de consumo, com etanol no tanque, fui superado pelo Inmetro na cidade (7,8 km/l do órgão, contra 6,7 km/l da minha medição), mas o bati na estrada: 9,2 km/l do instituto e 10,2 km/l com a minha condução.
Não importando quem “venceu”, são números muito ruins para um veículo 1.0 em pleno 2016. Pelo menos isso deverá melhorar em breve com a linha 2017.
Na cidade, não tive problemas com o Onix. Com uma ou duas pessoas, sempre com o ar-condicionado ligado, ele foi muito bem no meu dia a dia, me atendendo perfeitamente, com exceção da média de consumo, da ergonomia e do fato da minha cabeça raspar no teto mesmo com o banco do motorista todo para baixo (mas sei que sou uma exceção pela minha altura).
Na estrada, com 3 pessoas, pouca bagagem e ar-condicionado ligado, senti que falta fôlego ao propulsor 1.0, exigindo mais cuidado nas ultrapassagens. Em termos dinâmicos, o sistema de freios foi satisfatório e o comportamento em velocidades mais altas (110 km/h) foi bom, com a tradicional tendência do modelo a sair de frente nas curvas, como acontecia com o Astra.
Um parênteses: chega a ser gritante como o Onix é um veículo muito superior ao Agile em todos os aspectos relevantes. Não é à toa que um saiu de linha rapidamente, enquanto o outro é o carro mais vendido do Brasil em 2016 até agora.
Equipamentos e preço
Entre os principais equipamentos de série do Onix LT 1.0 2016, destaque para alarme, airbag duplo, brake light, freios com ABS, maçanetas externas e para-choques na cor do veículo, roda de aço aro 14” com calotas integrais, abertura do porta malas por controle remoto; ar-condicionado, chave tipo canivete dobrável, direção hidráulica; desembaçador, limpador e lavador elétrico do vidro traseiro; painel de instrumentos com conta-giros, velocímetro com display digital, hodômetro parcial e marcador de nível de óleo; sistemas de luz “leve-me” (acendimento automático de faróis e lanternas ao destravar as portas pelo controle remoto) e “siga-me” (faróis permanecem acesos por um período de tempo após travamento das portas); tomada de força 12V; trava elétrica das portas e da tampa de combustível; vidro elétrico nas portas dianteiras com acionamento por “um toque”, antiesmagamento e fechamento/abertura automática pela chave; predisposição para instalação de rádio (não incluso fiação para alto-falantes nas portas); banco do motorista com regulagem de altura e banco traseiro rebatível, entre outros.
Baseado nessa lista de itens de série, no motor 1.0 e na proposta do veículo, o Chevrolet Onix LT deveria ser um carro de, no máximo, R$ 39.000. Mas, atualmente, o preço sugerido do modelo é R$ 43.390. Como a maioria dos carros no Brasil, o hatch compacto premium da GM deveria (e poderia) custar menos.
Resumo da Obra
Segredo revelado: o Chevrolet Onix é o carro mais vendido do Brasil porque ele é uma das compras mais seguras que existe – você não se arrisca em nada. Você tem uma ampla rede de concessionárias espalhadas pelo país como suporte; um veículo com espaço interno e porta-malas compatíveis com a proposta do modelo; lista de equipamentos suficiente para a categoria; conjunto mecânico robusto, motor confiável (e ultrapassado); e desempenho honesto.
Pagar caro em automóveis é algo que o brasileiro, infelizmente, já se acostumou. Por isso, o Onix está no topo do ranking nacional de vendas de 2016, superando concorrentes até melhores do que ele, mas que não reúnem tantas qualidades confiáveis ao mesmo tempo.
Agora, com a chegada da linha 2017, a Chevrolet irá corrigir o problema da ergonomia, melhor o desempenho e a média de consumo, além de evoluir em mais alguns pontos. O preço continuará alto, mas, dificilmente, o Onix perderá a coroa nesse ano.
Fotos: Rento Parizzi / De 0 a 100
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os preços da linha onix/prisma 2017 ja sairam e pessoalmente fiquei decepcionado e ate chocado com os preços do prisma q vao de 54mil ate 65mil! oq e dmais pra um sedan pequeno com motor derivado de um lançado em 1995! nesse momento ta valendo mais apena comprar o cobalt q esta com descontos de 4mil a 3mil em media e custando pouca coisa a mais q o novo prisma, alem do mais ele tem mais espaço interno, mais portamalas, mais motor e mais elegancia e imponencia
o onix ta custando quase 45mil na versao de entrada e 60mil na versao top… meu deus! onde vamos parar!…
semana q vem chega o ONIX JOY e PRISMA JOY eles serao 1.0 e serao os substitutos espirituais de fato dos antigos celta e prisma pois serao mais simples e mais baratos, a expectativa e q ambos custem na casa dos 30mil
e o prisma JOY nao passe dos 45mil
Será que vai custar na casa de R$ 30.000 mesmo? Nem Mobi, nem up!, ditos “baratos”, custam isso!
Mobi e Upi, duas coisinhas feias, o Upi, parece aqueles mulheres sem bunda, reta atrás! rsrsrsrs