Oswaldo Luiz Palermo/Reprodução da Autoesporte de fevereiro/2008 |
A Volkswagen prepara o maior lançamento do últimos anos no Brasil: o novo Gol – novo de verdade, e não mais uma “geração”. Conhecido como projeto NF (abreviação para “nova família” em português, alemão, inglês e francês, entre outras línguas), o modelo é guardado a 14 chaves (sete por aqui e mais sete na Alemanha) para ninguém flagrá-lo com antecedência e, também, para não atrapalhar as vendas do atual Gol que, outra vez, fechou mais um ano (2007) como o carro mais vendido do mercado nacional.
Quando digo que é o lançamento mais importante dos últimos anos, não estou brincando. Fica a impressão de que a Volkswagen sofreu com a “síndrome do primeiro lugar”. A montadora foi líder do mercado brasileiro durante muitos anos e, como muitas vezes acontece, se acomodou. Então veio a Fiat e assumiu a ponta. Quando a Volks acordou, ela estava em terceiro, lutando com a Chevrolet para ficar em segundo. Outra causa para a queda no mercado pode ser o erro estratégico de novidades, ou seja, falta de lançamentos para segmentos específicos. Veja um exemplo: desde a aposentadoria do Voyage, a VW não teve mais um sedã compacto no mercado. Os alemães preferiram apostar nos hatches Gol, Fox, Polo e Golf. Mas você pode perguntar: “e o Polo Sedan?”. Pois é, ele é um sedã, mas tem preço inicial na casa de R$ 40.000. A Chevrolet, por exemplo, tem o Classic, Prisma e Corsa Sedan disputando praticamente o mesmo comprador com Logan, Clio Sedan, ambos da Renault, Ford Fiesta Sedan e Fiat Siena. Por menos de R$ 30.000, você já leva um sedã compacto para a sua garagem.
Voltando ao Gol, ele enfrenta, cada vez mais, concorrentes de peso, principalmente o Fiat Palio, que tirou a coroa de “mais vendido do Brasil” do Volks durante alguns meses de 2007. Se a Volkswagen acertar com o lançamento do Gol NF, dificilmente o Palio (ou algum outro) conseguirá roubar o título de mais comercializado do Brasil num futuro próximo. Mas, se a VW errar no lançamento do novo Gol, aí a casa pode cair de vez.
Para evitar problemas com o Gol NF, a montadora alemã resolveu adotar uma das plataformas mais confiáveis que ela possui hoje: a do Polo, também usada no Fox. Com isso, finalmente, o motor não ficará mais na posição longitudinal, o que implicará, por exemplo, num aumento do espaço interno. E então, adeus motores AP. Ainda não foi confirmado, mas o novo Gol deve ter três opções de motorização: 1.0 Total Flex, 1.6 Total Flex (o EA 111, que já equipa a família Fox, Polo e Golf – 101 cv com gasolina e 103 cv com alcool) e o inédito 1.4 Total Flex. Se a composição de motores realmente for esta, é provável que o Fox 1.0 deixe de ser vendido.
Analisando a foto do fotógrafo Oswaldo Luiz Palermo, publicada da Revista Auto Esporte de fevereiro, podemos reparar que a dianteira do novo Gol é menor do que a do atual e que o pára-brisa e o vidro traseiro são mais inclinados, passando a sensação de mais modernidade e esportividade. Também fica a impressão do espaço interno ser maior. Com o Gol NF, a Volks deve corrigir alguns erros do atual modelo, como a posição de dirigir descentralizada. Segundo a Auto Esporte, o novo Gol terá sua produção iniciada em março e comercialização a partir de maio ou junho.
O Gol G4 deve continuar no mercado, como o modelo de entrada da família. O novo Gol deve ter seu preço inicial variando entre R$ 26.000 e R$ 30.000. Além do Gol NF, a Volkswagen também prepara a versão sedã da linha NF, que deve se chamar Voyage. O veículo seria lançado no final de 2008. A Volkswagen aposta todas as suas fichas nesta nova dupla para recuperar a primeira posição do mercado brasileiro.