Precisamos acreditar em segundas chances. Só assim para conseguirmos receber, de braços abertos, a Geely novamente no Brasil. Tudo porque a montadora chinesa fez o dever de casa e chega com uma parceria (aparentemente) sólida com a Renault. E o primeiro fruto dessa aliança é o SUV elétrico EX5.
História no Brasil
Para quem não se lembra, a Geely chegou ao Brasil pela primeira vez em 2014 (representada pelo Grupo Gandini) e se apoiou em dois modelos importados: o hatch GC2 e o sedã EC7. Problemas de qualidade dos produtos e, especialmente, pós-venda ruim (falta de peças) marcaram a curta passagem da marca por aqui, que “sumiu” em 2018, deixando muita gente desamparada. E eu torci para isso não acontecer…
Fama ruim?
A história não é nada boa. Mas, curiosamente, o executivo da Geely disse, na coletiva de imprensa, que a percepção dos brasileiros sobre a marca é “neutra”.
Não é exatamente a impressão que eu tenho. Sua história em solo brasileiro me faz ter o pé bem atrás com a Geely, que precisa trabalhar muito bem para me reconquistar (e reconquistar muita gente). Mas realmente acredito que poderá dar certo!
Tudo mudou?
Agora, com frio na barriga, Geely anunciou que o EX5 será lançado em julho. Tudo com apoio direto da Renault, que torna a “manobra” muito mais segura e confiável.
A Geely planeja uma cobertura com 105 concessionárias em todo o país. Inicialmente estará em 18 cidades com 23 concessionárias dedicadas à marca chinesa. Torcer para vingar!
Renault empolgada
“Este é um momento histórico para o Renault Group! Lançamos com orgulho a marca Geely no Brasil. Mais que uma marca, Geely representa tecnologia, inovação e ousadia. Está presente nas principais regiões do mundo, sendo reconhecida como uma marca internacional de sucesso. Para marcar sua chegada, escolhemos um produto de referência global: o Geely EX5. “, explica Luiz Fernando Pedrucci, SVP, CEO da Renault América Latina.
Geely de olho na Renault e no Brasil
“O Brasil se destaca como um dos mercados automotivos mais dinâmicos da América Latina, com uma economia em expansão e uma demanda significativa por tecnologias inovadoras. Estamos ansiosos para trabalhar em conjunto com nossos parceiros da Renault para aprofundar nosso desempenho neste mercado vibrante, oferecendo aos clientes produtos e serviços que estejam realmente alinhados com as necessidades locais”, diz Alex Nan, vice-presidente da Geely Auto.
Mas por que o EX5?
Como nome de Volvo, por que o EX5 foi escolhido para protagonizar o retorno da Geely por aqui? Bem, a empresa diz que a “visão da Geely para o mercado global é realizada no EX5, também como o componente-chave de sua estratégia global de NEV (veículos de nova energia)”.
Isso porque o modelo foi desenvolvido com opções de volante à esquerda e à direita e refinado com base no esforço dos centros de design globais da Geely em Gotemburgo (Suécia), Xangai (China), Coventry (Inglaterra) e Milão (Itália). “Como um modelo global, o EX5 atende aos requisitos regulatórios de mais de 90 países, incluindo o Brasil”.
EX5
Ainda não vi o EX5 pessoalmente, mas acompanhei a coletiva de imprensa on-line de apresentação do modelo, vi fotos e li as inúmeras frases de efeito do conteúdo divulgado sobre ele.
O que posso dizer é o seguinte. O EX5 lembra o estilo do Honda ZR-V, mas com conjunto propulsor elétrico. Seu design me agrada, mas não faz os meus olhos brilharem.
Visual
De acordo com a Geely, o EX5 tem linhas inspiradas na face de um tigre. Seu desenho foi pensado para oferecer um ótimo coeficiente aerodinâmico, com apoio direto de: maçanetas embutidas, grade frontal ativas, tratamento especial das superfícies laterais com linhas marcadas e para-choque aerodinâmico.
As lanternas elevadas com efeito 3D translúcido destacam a traseira.O SUV tem 4,61m de comprimento, 1,67 m de altura, 1,90 m de largura e 2,75 m de distância entre eixos.
Interior
Por dentro, o EX5 oferece o que a Geely chama de “Espaço Inteligente”: interior luxuoso, caracterizado por uma filosofia de design minimalista e materiais confortáveis.
O painel é equipado com uma tela principal de alta definição de 15,4″ e sistema de assistente de voz “Hi Geely”, com mais de 200 comandos de voz.
Conjunto elétrico
Dianteiro, deu motor elétrico desenvolve 218 cv de potência e 32,6 mkgf de torque. Seu conjunto conta com uma bateria de 60 kWh, mas sua autonomia não foi revelada.
Mais detalhes sobre o Geely EX5 serão divulgados apenas em julho, no seu lançamento, incluindo o preço.
Geely e as fábricas Renault
A Geely Holding deve investir na Renault do Brasil para se tornar um acionista minoritária, permitindo que a Geely tenha acesso à infraestrutura de produção local, vendas e serviços. Com isso, as duas fábricas do Grupo Renault no Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais (PR) devem ser disponibilizadas para a produção de novos veículos, tanto para a Geely como para a Renault, além da atual gama de modelos da Renault.
Geely e as vendas Renault
Em relação à área de Vendas, a Renault deve se tornar o distribuidor do portfólio de veículos zero e de baixas emissões da Geely no Brasil. Com isso, a Geely Holding deve se beneficiar das forças e expertise comercial da Renault, acelerando a expansão do negócio do Grupo no Brasil, o principal mercado automotivo na América do Sul.
CEO da Renault
Luca de Meo, CEO do Renault Group, comentou: “A Renault Group e a Geely já têm um histórico considerável de parcerias: lançamos de forma bem-sucedida uma joint venture na Coreia do Sul e, com a Horse, criamos a líder mundial de tecnologias de grupos motopropulsores. Juntos, construímos uma relação de trabalho eficaz, com confiança. São grandes diferenciais que queremos potencializar hoje, com esta nova cooperação no Brasil. Ela permitirá a consolidação de nossa presença industrial no estado do Paraná e fortalecer ainda mais a posição da marca Renault neste mercado chave”.
Chairman da Geely
Eric Li, Chairman do Geely Holding Group, comentou: “A cooperação da Geely com a Renault é parte de seu compromisso de trabalhar com parceiros globais na transformação e melhoria da indústria, com foco na sustentabilidade. A relação da Geely com a Renault está evoluindo, desde a Coreia do Sul até os motores globais e, agora no Brasil. Ao trabalhar juntos, nos beneficiamos mutuamente de sinergias compartilhadas e eficiências aprimoradas, para criar ainda mais valor para os nossos consumidores em todo o mundo”.
CEO da Geely
Daniel Li, CEO da Geely Holding Group, comentou: “Nesta era transformadora da indústria automotiva global, faz sentido percorrer esta trajetória junto a amigos e parceiros. Para atingir um crescimento quantitativo e qualitativo, não podemos nos contentar apenas em estar confortáveis em um lugar, precisamos sair para o mundo, abraçar o desenvolvimento de longo prazo e nos comprometermos em ser abertos e colaborativos”.
Que a nova Geely fique muito tempo no Brasil, com um excelente pós-venda, e que não nos deixe na mão como na década passada!
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