Na última sexta-feira, quase às 17h, meio em cima da hora, fui convidado para um brunch especial na concessionária na Carbel Volkswagen, aqui em Belo Horizonte (MG), no sábado, com um objetivo: participar do Desafio de SUVs. Eu poderia dirigir o novo Taos e compará-lo com o Jeep Compass 2022 e com o Toyota Corolla Cross! Ótima ideia!
Confirmada a minha presença, no final da manhã cheguei ao local bastante animado. Resumidamente, foi uma avaliação curta e rápida, mas que me permitiu ter algumas percepções sobre cada um dos veículos.
Algo bem bacana foi que todos os clientes que visitaram a revenda, entre 10h e 13h, também puderam fazer a mesma análise!
Um detalhe curioso
Mas um detalhe curioso e importante chamou a minha atenção quando me deparei com o trio lado a lado: a concessionária disponibilizou a versão topo de linha do Taos, Highline, com direito a teto solar (único opcional “fixo”), para enfrentar o Compass Longitude 1.3 turbo flex e o Corolla Cross XRE 2.0.
Por causa do preço, o ideal seria ver o Taos Comfortline nessa briga. O impacto não foi tão grande no meu caso, pois eu não estava ali para analisar o detalhe do detalhe. Mas, para olhares menos atentos, a diferença entre os modelos aumentou (e muito).
Perguntei para uma pessoa da concessionária que me respondeu que, como o estoque do Taos ainda está pequeno (pura verdade), a versão mais procurada pelos clientes (e popular), Highline, foi a disponibilizada.
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Modelos
Sem problemas! Segui com a ótima experiência, mas fiquei sempre com a “janela” abaixo na minha cabeça para ser correto com todos os lados (carros disponíveis para o Desafio de SUVs em negrito):
- Volkswagen Taos Comfortline 1.4 TSI (turbo flex) – R$ 154.990*
- Volkswagen Taos Highline 1.4 TSI (turbo flex) – R$ 181.990*
- Jeep Compass Sport 1.3 (turbo flex) – R$ 146.990**
- Jeep Compass Longitude 1.3 (turbo flex) – R$ 162.990**
- Toyota Corolla XR 2.0 16V – R$ 146.590
- Toyota Corolla XRE 2.0 16V – R$ 157.090
*: Veja a diferença de equipamentos entre as versões do Taos mais abaixo no post. / **: Preços com os já recentes aumentos praticados pela Jeep em agosto.
Trajeto
Para ser ainda mais justo com os três modelos, o trajeto foi sempre o mesmo, com poucos minutos de diferença entre a volta com cada um deles (trânsito acabou sendo bem parecido) – veja acima.
Saí da Carbel na Savassi, subi a Av. Nossa Senhora do Carmo e fui até o trevo do BH Shopping, onde fiz o retorno e voltei para a Carbel. Somado, um percurso de quase 9 km no total.
Talvez você tenha visto nas mídias sociais um trajeto diferente, feito por três influenciadoras, que rodaram um percurso com quase 17 km. Sem dúvida foi um trajeto bem mais interessante, pois ele praticamente acrescentou um trecho de estrada na experiência, algo que não foi possível no meu caso, infelizmente.
1. Volkswagen Taos
Como eu tinha memória frequente do Nivus e do T-Cross, e por ser lançamento quente da turma, quis dirigir o Taos primeiro.
Design
Ao vivo, o Taos agrada mais do que em fotos.
Seu destaque, como comentei antes, é a dianteira, especialmente a da versão Highline, com a estreia da nova assinatura noturna da marca, que conecta os faróis com uma linha de luz de LED que percorre a grade de um lado ao outro.
A traseira é até bonita, mas morna, sem ousadia, bem conservadora – merecia um “algo mais”.
Espaço
Por dentro, me espantei pelo espaço interno: muito bom! O melhor, disparado, entre os três avaliados.
Graças aos ajustes elétricos (opcionais no Taos Comfortline e de série no Highline), rapidamente encontrei uma boa posição de dirigir.
Mas, antes de rodar com ele, me sentei no banco de trás, “atrás de mim”, e tive quase cinco dedos de espaço entre as pernas e o banco dianteiro. Meus cabelos (não a cabeça) esbarraram no teto (na versão sem teto solar – como esperado, com o teto panorâmico, bato a cabeça no teto em todos os assentos do veículo).
O volante tem boa empunhadura, ótima base reta e muitos comandos, facilitando a vida do motorista, que tem ainda a tela do VW Play ligeiramente virada para si – outro ponto positivo.
Acabamento
Embora seja muito bem-feito, com detalhes que gostei, o acabamento poderia ser um pouco mais refinado, levando em consideração o preço do Taos, ainda mais na versão Highline.
Mas essa é uma característica da Volkswagen, que também noto no T-Cross e no Virtus, por exemplo.
Rodando
Mas o ponto alto do novo Volkswagen, num teste tão rápido, foi o seu comportamento dinâmico.
O SUV conta com câmbio automático de seis marchas e com o motor 1.4 16V TSI, turbo, de quatro cilindros e injeção direta de combustível, que gera 150 cv com gasolina ou etanol e 25,5 mkgf de torque (250 Nm), entre 1.500 rpm e 4.000 rpm, com qualquer combustível.
Essa dupla tem excelente entrosamento e garantiu ótimo desempenho no trajeto. Mesmo mais fraco, o Taos demostrou um pouco mais de agilidade por ser mais leve que o Compass.
No trânsito urbano, o volante leve (até demais) chamou a minha atenção, assim como a altura do Taos. Algo que foi bastante útil foi o alerta de ponto cego que, infelizmente, está disponível apenas para a versão Highline – tive que ficar com isso na cabeça para não “desmerecer” a concorrência.
Versões, preços e equipamentos
Volkswagen Taos Comfortline 250 TSI – R$ 154.990
Entre os principais itens de série, o Taos Comfortline tem:
- ar-condicionado Climatronic dual-zone com saídas de ar para os passageiros do banco traseiro
- câmera de ré
- carregador de smartphone por indução
- direção elétrica
- controlador automático de velocidade (“piloto automático”)
- sensores de chuva e crepuscular
- sistema KESSY
- volante multifuncional com paddle shift
- painel de instrumentos digital com tela de 8″
- central de infotainment V”VW Play” tela de 10″ com resolução HD+
- seis airbags
- assistente de partida em rampa
- controle de desgaste das pastilhas de freio
- controle eletrônico de estabilidade (ESC) e de tração (ASR)
- detector de fadiga
- faróis em ECO LED com função “Coming & Leaving home” e luz de condução diurna em LED integrada
- sistema Start-Stop com reaproveitamento da energia de frenagem
Opcionais
Pacote Segurança – R$ 4.790
- “ACC” – Controle adaptativo de velocidade e distância
- “AEB” – Frenagem autônoma de emergência
- detector de pedestre
Pacote Conforto – R$ 5.420
- bancos dianteiros aquecíveis
- bancos dianteiros com ajustes elétrico para o lado lado do motorista e ajuste de altura manual para o passageiro
- revestimentos dos bancos parcialmente em “couro”
Volkswagen Taos Highline 250 TSI – R$ 181.790
A versão topo de linha, Highline entrega, além dos equipamentos da Comfortline, os seguintes itens:
- ACC (Controle Adaptativo de Cruzeiro) com função Stop&Go
- AEB (Frenagem Autônoma de Emergência) com detecção de pedestres
- bancos dianteiros revestidos de “couro” sintético
- bancos dianteiros com sistema de aquecimento
- banco do motorista com ajustes elétricos e ajuste lombar
- luzes em LED na grade frontal
- faróis com tecnologia IQ. Light
- Ambient Light
- painel de instrumentos Active Info Display com tela de 10,25″
- sistema de detecção de ponto cego
- alerta de tráfego traseiro cruzado
- seleção de perfil de condução
Pacote “Edição de Lançamento” – R$ 3.750 (disponível por tempo limitado)
- Espelhos retrovisores pintados em preto
- Interior exclusivo com revestimento dos bancos parcialmente em “couro”
- Roda de liga leve 18″ escurecida
- Sistema de som Beats com 8 alto-falantes
- Teto pintado em preto
Teto solar panorâmico – R$ 5.520
Volkswagen Taos Comfortline 1.4 TSI AT6
- Motor: 1.4 16V turbo flex
- Potência: 150 cv (g/e) a 5.000 rpm
- Torque: 25,5 mkgf (g/e) a 1.400 rpm
- Comprimento: 4,461 m
- Largura: 2,097 m
- Altura: 1,626 m
- Entre-eixos: 2,680 m
- Porta-malas: 498 litros
- Tanque: 51 litros
- Peso: 1.420 kg
- Consumo: 6,4 km/l na cidade com etanol
2. Jeep Compass
O segundo carro do Desafio de SUVs foi o Jeep Compass! Fiquei muito animado porque foi a primeira vez que dirigi a linha 2022, que conta com o novo motor 1.3 turbo flex!
Espaço
O espaço interno do Compass também é bom, mas é visivelmente menor do que o do Taos.
Acabamento
Se o espaço agradou, mas menos do que o do concorrente, por outro lado, o Compass tem o melhor acabamento dos três – disparado. Materiais que agradam e ótimos arremates. O modelo continua sendo referência no segmento!
A diferença é notável e seria ainda maior se a versão Longitude tivesse o quadro de instrumentos digital das versões Limited, Trailhawk e Série S.
Design
O Compass, desde o seu lançamento, conta com um visual mais marcante, que passa um ar de sofisticação. Na sua recente reestlização, a Jeep atualizou o para-choque dianteiro, as rodas, alguns pontos da pintura e adotou faróis Full LED com assinatura em LED e faróis de neblina com a mesma tecnologia.
Achei pouco para enfrentar concorrentes tão ferozes, embora o modelo ainda me agrade.
Rodando
Mas a principal atração do Compass 2022 é o seu novo propulsor turbo, que deu outra vida ao modelo se comparado às antigas versões 2.0 16V.
O SUV conta com câmbio automático de seis marchas e com o motor 1.3 16V, turbo, de quatro cilindros e injeção direta de combustível, que gera 180 cv com gasolina, 185 cv com etanol e 27,5 mkgf (270 Nm) de torque (g/e), a 1.750 rpm.
Baita evolução
Das arrancadas mornas do Compass 2.0 só ficaram as lembranças. A nova motorização dá outra vida ao veículo, corrigindo o seu maior problema, a falta de desempenho – melhorando ainda a média de consumo! Muito bom!
Faltou apenas o Jeep ser mais leve para conseguir despachar o Taos, que andou mais e bebeu menos na minha curta avaliação.
Jeep Compass Longitude T270 AT6
- Motor: 1.3 16V GSE turbo flex (T270)
- Potência: 180/185 cv (g/e) a 5.750 rpm
- Torque: 27,5 mkgf (g/e) a 1.750 rpm
- Comprimento: 4,404 m
- Largura: 1,819 m
- Altura: 1,628 m
- Entre-eixos: 2,636 m
- Porta-malas: 476 l (com estepe temporário e 410 l com estepe normal)
- Tanque: 60 litros
- Peso: 1.585 kg
- Consumo: 6 km/l na cidade com etanol
3. Toyota Corolla Cross
O terceiro que eu rodei no Desafio de SUVs foi o Corolla Cross, disponível na versão mais refinada com motor 2.0 flex, XRE.
Espaço
Se entre os sedãs médios a distância entre-eixos favorece o Corolla, na briga com os SUVs maiores, é o oposto. Embora não seja ruim, o espaço do Corolla Cross é o mais apertado entre os três avaliados – motivo para ele mirar o T-Cross e não o Taos.
Acabamento
Falando do acabamento, esse foi o ponto mais decepcionante do Corolla Cross. Ele definitivamente não condiz com o que se espera de um veículo de mais de R$ 155.000, ainda mais tendo o Compass como referência.
Não me entendam errado: o acabamento não é mal feito, mas é simples demais. Algo que reforça a minha tese de briga do Toyota com o T-Cross e não com o Taos.
Design
Externamente, o que mais chamou a minha atenção foi a “boca” grande na dianteira e, principalmente, o nome Corolla na traseira, por mais que o Cross esteja escrito com letras maiúsculas. Mas eu gosto do visual “RAV4 inspirado”.
Analisando o carro com calma, encontrei alguns pontos em que a construção foi colocada em xeque, como observou outro cliente que, depois do teste, me confidenciou que ia comprar o Compass, mas o diesel. Notamos vãos que me permitiram quase enfiar os meus dedos debaixo do capô em ambas as laterais – mas é algo simples de ajustar.
Rodando
A grande surpresa do Corolla Cross foi o seu desempenho. Mesmo andando menos do que os rivais do post, o nipo-paulista não fez feio e demonstrou como o seu propulsor é eficiente, além de ser o mais econômico!
O SUV conta com câmbio automático de 10 marchas (mais detalhes abaixo) e com o motor 2.0 16V, de quatro cilindros e injeção direta, que gera 166 cv de potência com gasolina 177 cv com etanol a 6.600 rpm e 21,4 mkgf de torque, a 4.400 rpm, com qualquer combustível.
Toyota Corolla Cross XRE 2.0 CVT
- Motor: 2.0 16V Dual VVT-iE DOHC Flex (Dynamic Force)
- Câmbio: automático com conversor de torque (1ª marcha) + automático do tipo CVT (nove marcas virtuais) – totalizando 10 marchas
- Potência: 169/177 cv (g/e) a 6.600 rpm
- Torque: 21,4 mkgf (g/e) a 4.400 rpm
- Comprimento: 4,460 m
- Largura: 1,825 m
- Altura: 1,620 m
- Entre-eixos: 2,640 m
- Porta-malas: 440 litros
- Tanque: 47 litros
- Peso: 1.420 kg
- Consumo: 7,9 km/l na cidade com etanol
Resumo da obra
Definitivamente, foi um dia muito divertido! Confesso que não me lembro de uma concessionária de veículos novos ter colocado três carros concorrentes para você dirigir praticamente ao mesmo tempo. Por isso tiro o chapéu para a Carbel VW. Seria mesmo legal se essa ação fosse mais popular!
O Desafio de SUVs só foi possível pela confiança que a Volkswagen e a Carbel têm no Taos, que chegou ao mercado maduro, pronto para disputar a liderança do segmento com o Compass – que foi recentemente atualizado pela Jeep, tornando a disputa ainda melhor!
Resultado
No Desafio de SUVs, o Taos foi o que mais me agradou, especialmente pelo desempenho e pelo espaço. Compass tem o melhor acabamento e me surpreendeu pelo desempenho. Corolla Cross foi o mais econômico.
Todos precisam de redução nos preços.
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Renato, meu HR-V turbo não fica devendo em nada para essa turma aí! Aproveito para te perguntar se vc está com o Taos em casa, pois uma das influenciadoras que vc citou (penso q seja a mesma) cansou de postar vídeo do carro na garagem dela – minha esposa segue ela. Saudações!
Oi Henrique! Eu queria ter dirigido o HR-V Touring também nesse dia e, por que não, o CR-V e o Peugeot 3008 – aí teríamos o “quinteto turbo”. Seria um barato! Mas seria importante ter mais tempo para analisar tudo e produzir um conteúdo bem mais rico. Sobre o Taos, não, ele não está na minha garagem, nem a concessionária falou comigo sobre essa possibilidade. Deve ser algum tipo de acordo (comercial, talvez) entre a Carbel e a influenciadora. Você gostou dos conteúdos que ela fez? Um abração!
gostei do comparativo! Eu prefiro o Compass porque não abro mão de bom acabamento e ele é o único que entrega algo justo pelo alto preço que custa.
agora o jornalista automotivo premiado como você não receber, no mínimo, a mesma atenção das influenciadoras de moda é o fim da picada… em que mundo vivemos? meus sentimentos!
Obrigado, Washington! Muito relevante o seu comentário sobre acabamento! É tudo uma questão de gosto, mas concordo que o Compass é o que mais entrega em termos de acabamento em relação ao valor que ele custa.
Agradeço também pelo elogio ao meu trabalho. Como comentei acima, a concessionária e a influenciadora devem ter algum tipo de acordo (comercial, talvez), o que é muito comum hoje em dia. Mas já pensou como seria curioso se o invertido acontecesse? Se eu fosse convidado para analisar, por exemplo (específico), um desfile de moda, tendo mais tempo e possibilidade que as pessoas desse setor? Não sei se ficaria bom, mas eu estudaria um bocado para não ir do zero e faria o possível para produzir um conteúdo legal. hehehehehe
Um abraço!
Parizzi, você fez o teste do alto com o taos? se não fez faça! dos 3, gostei muito do corolla híbrido, mas o preço dele é impraticável.
Não fiz ainda, mas não vejo a hora de fazer. Também queria fazer com o Corolla Cross e com o Corolla sedã! Um abraço!
Corolla foi o mais econômico mesmo?
Sim! Também me surpreendeu! Afinal, os outros dois carros têm motores com cilindrada menor (1.3 e 1.4). Uma coisa que não olhei foi a quilometragem dos veículos, o que pode fazer diferença. Mas o trânsito foi virtualmente idêntico entre os três.
Fui na Carbel fazer o desafio Tb e gostei, mas achei a ccs ruim demais de negociação nossa senhora. como não deu quase nenhum desconto (como falta carro eles não se esforçam para vender), fui embora, atravessei a rua e comprei um Jeep – aí o desconto compensou! Não me arrependo! Acho que dar mais atenção para quem não se importa tanto com carro está se refletindo no atendimento, afinal o blogueiro de carros não conseguiu testar o carro exatamente como quem não se importa com o carro… Nem condições iguais de trabalho rolou… Entre os vw, Nivus é o mais bonito, T-Cross o mais equilibrado e Taos mais espaçoso! [] s
Muito bom esse comparativo Renato. Esse tipo de experiência é fundamental para decidir qual seria o melhor carro para cada pessoa. Tenho uma CRV 2016 e já fui fazer o teste do Compass e apesar do acabamento se destacar até agora não consegui ter coragem de trocar. Estranho é o consumo com etanol ser igual ao do meu CRV. Aqui em BH também venho conseguindo médias de 6 a 6,5. Outra coisa que acabo desistindo de trocar por esses novos SUVS é o espaço interno. Estou muito mal acostumado com o que a CRV oferece kkkk. Talvez o TAOS me agrade. Agora o ruim é que o preço de uma nova CRV é proibitivo. Talvez no futuro eu procure por uma CRV usada 2018.