Um veículo inspirado no Vectra, com toques de Monza e de Cruze: é mais ou menos assim que vejo o Chevrolet Cobalt LTZ 1.8 automático. Depois dirigi-lo com calma por três dias, na cidade e na estrada, pude conhecer de perto as evoluções das linhas 2017 e 2018 para afirmar, com tranquilidade, que o sedã é um carro bom.
Mais uma vez fiquei impressionado, de maneira positiva e negativa, como o Cobalt é um autêntico Chevrolet. Comportamento, acabamento, equipamentos, soluções… pude perceber muitos modelos da marca dentro dele.
E a linha 2018 do sedã da General Motors pôde ser analisada de perto a partir de um carro que aluguei em São Paulo (SP), uma vez que o De 0 a 100, infelizmente, continua sem receber carros da marca para testes.
Como comentei, em linhas gerais, o Cobalt LTZ automático é um carro bom, que se apega ao espaço interno e ao porta-malas para conquistar o consumidor. Mas, pelo seu preço, cerca de R$ 70.000, o modelo deveria ser melhor, especialmente em segurança.
Design do Chevrolet Cobalt 1.8 LTZ automático 2018
Começando pelo design, que é um aspecto subjetivo, a evolução visual do Cobalt desde a linha 2016 foi enorme. As linhas “cansadas e pesadas” deram lugar a um conjunto mais bonito, mas muito inferior em termos de harmonia e modernidade se comparado ao Cruze.
Motor 1.8 “das antigas”
Debaixo do capô, o sedã da GM conta com um conjunto presente no nosso mercado há muitos anos, o motor 1.8 8V é mesmo “das antigas”. Com o passar do tempo, ele foi evoluindo até chegar no ponto que está hoje, batizado de SPE/4 ECO, em substituição ao Econo.Flex.
Para receber esse novo nome, na linha 2017, a motorização 1.8 ganhou uma série de melhorias, batizadas de “pacote ECO”, para ficar mais potente e econômica – algo que os consumidores pediam (para não dizer exigiam) há muito tempo.
Com isso, passou a desenvolver 106 cv de potência e 16,8 mkgf de torque com gasolina e 111 cv e 17,7 mkgf com etanol – a geração Econo.Flex fazia 106/108 cv e 16,4/17,1 mkgf.
São números modestos, especialmente de potência, para um motor 1.8 que equipa um carro da segunda década do século 21, sendo superado até por concorrentes com cilindrada menor.
Cobalt LTZ 1.8 automático 2018 na estrada
Na prática, o propulsor dá conta do recado do seu jeito. Como comentei antes, Cobalt e o propulsor 1.8 SPE/4 ECO (antes Econo.Flex) parecem ter sido feitos um para o outro. Ambos são ultrapassados, mas foram atualizados e entregam um bom resultado.
Quando precisei acelerar para fazer uma ultrapassagem, o Cobalt respondeu razoavelmente bem, entregando força suficiente para realizar a manobra (o carro estava com duas pessoas, sem bagagem). Se isso me agradou, o ruído elevado que invadiu a cabine impediu que a conversa dentro do veículo continuasse de maneira tranquila.
A aspereza do propulsor SPE/4 ECO de 8V me faz pensar no real motivo da Chevrolet não adotar a motorização 1.8 16V Ecotec – que estava debaixo do capô do Cruze e do Tracker – no Cobalt. A explicação é simples: dinheiro.
Curvas e banco traseiro
Nas curvas, o Cobalt demostrou um bom acerto, se mantendo estável na maioria das situações de dia a dia na estrada. Quando provocado, a tendência de perder a traseira apareceu, mas nada que comprometesse.
Quando andei no banco traseiro, gostei do espaço, mas senti falta de caixas de som mais eficientes e de um isolamento acústico melhor, especialmente relacionado ao barulho de rodagem.
Cobalt LTZ 1.8 automático 2018 na cidade
Na cidade, o Cobalt coube em quase todas as vagas. Sua direção com assistência elétrica tem o peso certo, não importando a situação. Ela é leve nas manobras e no dia a dia e firme na estrada.
Com excelentes 563 litros de capacidade, o porta-malas leva todas as compras do mês do supermercado com muita folga, mas o espaço poderia ser melhor aproveitado se o modelo tivesse banco traseiro bipartido, o que permitiria levar, por exemplo, uma escada e mais três/quatro pessoas.
A falta do apoio de braço para o motorista não foi tão sentida no perímetro urbano como aconteceu na estrada, mas a ausência de ajuste de profundidade foi muito notada (e muito) o tempo inteiro.
Câmbio do Cobalt LTZ 1.8 automático 2018
O câmbio automático continua sendo o de seis marchas que já equipa praticamente toda a linha Chevrolet há alguns anos. Para as linhas 2017 e 2018 do Cobalt, ele ganhou, segundo a marca, um comportamento mais suave e inteligente em diversas situações de tráfego.
Isso acontece até mesmo no modo Active Select, que permite fazer as trocas manualmente por meio de botões pessimamente localizados na alavanca de transmissão (foto logo acima). Cadê os paddle shifts?
Transmissão inteligente?
Na prática, não notei toda essa suavidade e inteligência que a General Motors exalta. Entretanto, percebi que o câmbio automático no Cobalt, em linhas gerais, ficou melhor desde o seu lançamento. As trocas estão acontecendo de maneira mais eficiente, não importando se você está na cidade ou na estrada.
Quando eu estava a 120 km/h, o câmbio estava de sexta marcha e o giro estava na casa de 2.400 rpm, o que considero bom. Mas falta um pouco de harmonia no funcionamento geral do conjunto, especialmente porque o câmbio é (bem) mais moderno do que o motor.
Consumo do Cobalt LTZ 1.8 automático 2018
Com o preço absurdo que está o combustível no Brasil, o quesito consumo ganhou ainda mais importância. Logo, mais do que nunca, os ajustes na caixa de transmissão, a redução de peso do veículo, os refinamentos do motor e a direção elétrica fizeram toda a diferença.
Com etanol, na estrada, rodando entre 100 km/h e 120 km/h, média de 10,8 km/l. Na cidade (São Paulo/SP), com o mesmo combustível, média de 7,2 km/l. São número bons, na casa dos do Inmetro – 10,4 km/l na estrada e 8,3 km/l na cidade.
Acredito que a média poderia ser ainda melhor se o Cobalt tivesse o motor Ecotec. Ainda assim, a evolução foi perceptível, saindo de números pífios para um consumo bom.
Espaço do Cobalt LTZ 1.8 automático 2018
Espaço é o maior triunfo do Cobalt. Enquanto o porta-malas tem excelentes 563 litros de capacidade (poderia ser maior sem as alças de ferro), cinco adultos viajam com conforto. Eles poderiam viajar ainda melhor se o acabamento estivesse no mesmo nível de um veículo de R$ 70.000, que não é o que acontece.
Percebi algumas rebarbas de peças aparentes e os materiais aplicados nos painéis frontal e das portas poderiam ser melhores. Já o quadro de instrumentos, estilo moto, tem até boa visibilidade, mas poderia também ser superior, especialmente pelo preço pedido pelo sedã.
Outro ponto que poderia evoluir é o conforto e a posição de dirigir do motorista: seu banco é muito estreito na parte de cima, enquanto o ajuste de altura do assento não é o mais eficiente. Falta também apoio de braço na versão automática e não ter ajuste de profundidade do volante (só tem de altura) é uma erro grave.
Segurança do Cobalt LTZ 1.8 automático 2018
Mas o que é pior ainda é a falta de segurança do Cobalt LTZ 1.8. A linha 2018 recebeu lanterna de neblina na base do para-choque traseiro e os sistemas Isofix e Top Tether de ancoragem para cadeirinha infantil – ótimo!
Mas faltam apoio de cabeça e cinto de três pontos para o passageiro central traseiro, controles de tração e estabilidade – o mínimo que se espera de um automóvel de R$ 70.000. Airbag duplo e ABS com EBD, obrigatórios por lei, são de série no Cobalt – mínimo necessário.
Equipamentos do Cobalt LTZ 1.8 automático 2018
Se a lista de equipamentos de segurança deixa muito a desejar, os itens de série são até bons: alarme, alerta de pressão dos pneus; abertura do porta-malas por controle remoto na chave e botão no interior do veiculo; ar-condicionado, chave tipo canivete dobrável; coluna de direção com regulagem em altura; direção, trava, vidros e retrovisores (na cor do veículo) elétricos; banco traseiro rebatível; faróis de neblina rodas de alumínio aro 15″; controlador de velocidade de cruzeiro (piloto automático); computador de bordo (tempo de viagem, consumo médio, velocidade média e autonomia); sensor de estacionamento traseiro; entre outros.
MyLink do Cobalt LTZ 1.8 automático 2018
Um ponto interessante do Cobalt LTZ é o MyLink, central multimídia com tela de LCD sensível ao toque de 7″ que tem integração com smartphones através do Android Auto e Apple CarPlay; rádio AM/FM; entradas USB e auxiliar; função audio streaming, conexão Bluetooth para celular e configurações do veículo; e controles de rádio e do celular no volante.
A segunda geração do MyLink é muito melhor do que a primeira em praticamente todos os aspectos, especialmente na tela e nas funções.
OnStar do Cobalt LTZ 1.8 automático 2018
A linhda 2017/2018 do Chevrolet Cobalt LTZ é equipada com o pacote Exclusive do OnStar, sistema que oferece ao motorista mais de 20 serviços de emergência, segurança, navegação, concierge e conectividade.
Esse pacote, que é mais o requintado do sistema, custa R$ 80,00 por mês. Veja mais detalhes aqui.
Preço do Chevrolet Cobalt LTZ 1.8 SPE/4 ECO 2018
O Chevrolet Cobalt é vendido em apenas duas versões, ambas 1.8 8V.
A LTZ parte de R$ 66.590 com câmbio manual de seis marchas. O único opcional é a transmissão automática, também de seis velocidades, que faz o preço subir para R$ 68.570 (R$ 1.980 a mais). A pintura metálica custa R$ 1.400 (R$ 69.970).
O Cobalt topo de linha é o Elite (automático), que, por R$ 73.890, não tem opcionais. A pintura metálica custa o mesmo preço (com tudo: R$ 75.290).
Ficha técnica Chevrolet Cobalt LTZ 1.8 SPE/4 ECO 2018
- Potência: 106/111 cv (g/e) a 5.200 rpm
- Torque: 16,8/17,7 mkgf (g/e) a 2.800/2.600 rpm
- Comprimento: 4,481 m
- Largura: 1,735 m
- Altura: 1,509 m
- Entre-eixos: 2,620 m
- Porta-malas: 563 litros
- Tanque: 54 litros
- Peso: 1.104 kg (MT6) / 1.129 kg (AT6)
- Consumo com etanol: 7,2 km/l na cidade e 10,8 km/l na estrada
De 0 a 100 Chevrolet Cobalt LTZ 1.8 automático 2018
Avaliação | Nota |
Desempenho | 6 |
Consumo | 7 |
Conforto/Acabamento | 7 |
Posição de dirigir | 6,5 |
Visual/Design | 7 |
Equipamentos de série | 7 |
Segurança | 5 |
Espaço interno | 8 |
Porta-malas | 10 |
Custo/benefício | 6,5 |
Total – De 0 a 100 | 70 |
Resumo da Obra
Você deve ter reparado no número de vezes que escrevi que algum aspecto do sedã da GM é bom. E é exatamente isso que resume o carro: ele não é péssimo; não é muito ruim; não é ruim; não é mediano; não é muito bom; não é ótimo; e nem é excelente. O Chevrolet Cobalt é simplesmente bom.
Consumo, conforto, acabamento, visual, equipamentos de série e mais alguns aspectos são bons. Espaço interno é ótimo, enquanto o porta-malas é excelente.
Por outro lado, pelo preço pedido pela marca, o Cobalt deveria ter muito mais itens de segurança – aspecto mais negativo do veículo. A ergonomia também precisa evoluir.
Mas, se você procura um sedã bom em linhas gerais, que vai te entregar um conjunto mecânico com motor antigo e confiável e com câmbio automático interessante, que pode levar toda a sua família com muito espaço no porta-malas, o Cobalt, com certeza, deve ser levado em consideração.
Lembre-se: entre R$ 60.000 e R$ 80.000 existem opções interessante e que podem ser melhores. Mas o Cobalt 1.8 automático é uma boa compra.
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Entre o Cobalt LTZ 1.8 automático e o virtus 1.6 msi manual, qual seria melhor custo benefício no geral?
Veja o comparativo entre o Virtus, Cobalt, Cronos e City. Nitidamente Cronos e Virtus são veiculos recentes e mais seguros quando com ESP!
Agora, todos eles tomaram pau em consumo e aceleração de 0 a 100 do Cobalt.
Abrir mão do conforto do Câmbio por uma novidade (Virtus) e se for o MSI então será uma pessima escolha.
Fiz teste drive no cronos 1.3 e achei muito lerdo, apesar de ser bem confortável e mais moderno, virtus também gostei muito do interior e acabamento interno, motor 1.6 peca muito por ser 5 marchas. Virtus e cronos só tem estruturas melhores pelo fato de serem mais novos.
No final optei pelo cobalt ltz automático, queria um carro pra família e o conforto do cobalt me agradaram mais
Eu tenho um Cobalt LTZ automático 2018, está com 40.000 KM, até agora não tenho nada pra falar do carro, só elogios! Carro excelente, só quem tem pra ver! O seguro do carro é super, mega, power barato! Gasto até o momento só com combustível e com as revisões, aliás revisão da concessionária por um preço ótimo! Confortável, econômico e seguro! Eu recomendo o Cobalt sem medo!
Comprei um 2019 2020 1.8 at , com etanol 5.1 na cidade, 6.7 na gasolina. Tem algo errado, ou o Inmetro tá errado, quando apontam 8.3 km com etanol na cidade, 11 .1 km com gasolina alguém tem uma explicação obrigado.
Respondendo ao comentário do Anísio, tenho um LTZ 1.8 AT 2017/2018 e está fazendo 11 km/l com gasolina comum na cidade, e olha que a cidade em que moro tem trânsito bastante pesado. Na estrada, média de 16km/l com gasolina comum, sendo que chegou a marcar 16,8 em um trecho plano. Estou muito satisfeito com o carro.