Mais um passo foi dado pelo governo para esclarecer e regulamentar o complicado novo regime automobilístico, batizado de Inovar-Auto, vigente por cinco anos, de 2013 a 2017. Além de complexo e intervencionista, na realidade não restavam alternativas muito melhores para que o País conseguisse manter sua indústria à tona em um ambiente complexo de competição internacional. Sem contar os sérios problemas advindos da valorização da moeda brasileira, que torna baratos os produtos importados e caros, os de exportação.
Para compensar o aumento de 30 pontos percentuais de IPI – ao contrário dos que muitos pensam atingiu produtos nacionais e importados – foram apertadas as exigências. O número mínimo de processos industriais a cumprir foi aumentado de forma escalonada. Em 2017, por exemplo, eram oito e agora, dez.
Importante para quem compra veículos é saber que o novo regime resultará em carros mais econômicos. A média ponderada dos modelos vendidos por cada fabricante terá de atingir uma melhoria em eficiência energética de 12% (equivalente à redução de 13,5% no consumo) com referência em 2012.
Não é meta banal. Comparações simplórias com a Europa desconsideram diferentes combustíveis e ciclos de aferição de consumo em laboratórios. Fabricante que deixar de cumprir estará sujeito a uma escala de multas pesadíssimas por unidade produzida. Na pior hipótese poderia passar de R$ 1 bilhão, se vendesse um milhão de unidades por ano fora do limite, por exemplo.
Há, no entanto, duas severas metas voluntárias de melhoria de consumo incentivadas por diminuição de carga fiscal, mas revertida ao produtor: reduções de 15,5% e 18,8%. Foram feitas duas mudanças: prazo esticado em um ano (de outubro de 2016 para outubro de 2017) e inclusão de carros híbridos e elétricos no cálculo da média ponderada de consumo.
No segundo caso, como se trata de modelos de alto custo de produção e o governo não alterou os impostos sobre eles, teriam pouco peso no cálculo da frota total comercializada pelo fabricante. Examina-se, porém, a possibilidade de valorizar essas tecnologias, até hoje subsidiadas no exterior, ao atribuir peso maior.
Intenção é estimular o interesse dos compradores brasileiros, concedendo ao fabricante ou importador um benefício fiscal indireto para veículos de baixíssimo consumo, caso dos híbridos. Afinal, as metas voluntárias seguem coladas às anunciadas na União Europeia e EUA para os próximos anos e as estratégias são semelhantes.
Não ficou claro, ainda, a referência na ponderação para veículos puramente elétricos. Estes acabaram de sofrer um revés simbólico no exterior com a falência do projeto Better Place, que previa postos de troca rápida de bateria em automóveis adaptados para tal. Além de tudo muito caro, atraiu poucos interessados nos dois países que tentaram abraçar o plano, Israel e Dinamarca.
RODA VIVA
PELO número de vezes que o Golf VII tem sido fotografado em testes de campo, indica que lançamento está próximo. Tudo aponta para meados do segundo semestre. Volkswagen usará boa parte de sua cota anual de 9.600 unidades para importá-lo da Alemanha. Como divide arquitetura com Audi A3, ambos deverão ser produzidos na fábrica de São José dos Pinhais (PR).
RENAULT, até o momento, é única marca sem modelos importados, à exceção de origem argentina. Decidiu, agora, aproveitar sua cota de até 9.600 unidades/ano sem IPI adicional. Pode trazer Mégane R.S. de 265 cv, mas objetivo central é o Captur, SUV compacto com base no novo Clio, a ser produzido no Paraná. Possível anúncio no próximo dia 17.
BEM posicionado na faixa de compactos de preço superior, novo Fiesta mostra conjunto mecânicos dos melhores, além de interior moderno e recursos multimídia de ponta, desenvolvidos junto com a Microsoft. Boa posição de dirigir, motor de 1,6 L mais potente do segmento (130 cv/etanol) e câmbio automatizado de duas embreagens que funciona melhor na opção S (esporte).
MERCADO brasileiro despertou para o conforto de câmbios automáticos ou automatizados. Há dez anos representavam apenas 2% das vendas de automóveis. Este ano pularão para 12%. Em algumas marcas já é bem mais. Entre as Quatro Grandes GM avançou bastante: Cruze, 90%; Sonic, 85%; Spin, 60%; Cobalt, 40%. Tendência de subir com Onix e Prisma, em breve.
REDUÇÃO de acidentes em estradas federais pedagiadas será incentivada por meio de tarifas mais atraentes às concessionárias. Ideia é ter bônus tarifários, se obras representarem menos mortos e feridos. Em sentido inverso, as que atrasarem cronogramas de melhorias de pistas terão reajustes menores. Tudo isso nos novos contratos.
COMBINAÇÃO de rastreador e seguro contra furto e roubo está em expansão. Pósitron é um dos fabricantes desse equipamento que funciona com GPS e rede celular GSM/GPRS. Preço do seguro, em parceria com BNP/Cardif, tem desconto de 50%: dispensa vistoria prévia, análise por perfil e região de circulação. Plano lançado este mês.