Quando um carro tem uma sina, não adianta mudá-lo que o problema continua existindo. A montadora pode até deixá-lo com outra cara, mas ele ficará marcado para sempre. Embora seja um veículo interessante, o Renault Symbol não vende bem. E seu problema é fruto de um fantasma de quem não está mais entre nós: Clio Sedan.
O Symbol custa a partir de R$ 40.870 (Expression) já equipado com motor 1.6 8V flex (92/95 cv) e sai de fábrica com ar-condicionado, direção hidráulica, ajuste de altura do volante, trava elétrica, vidros dianteiros elétricos, alarme e airbag duplo. Além disso, o modelo tem um enorme porta-malas, com 506 litros de capacidade, e três anos de garantia. São atrativos que podem levá-lo ao sucesso.
Se o investimento for de R$ 45.470, além dos itens acima, o interessado pode comprar um Symbol com motor 1.6 16V flex (110/115 cv), ar-condicionado digital, computador de bordo, indicador de temperatura externa, volante e manopla do câmbio revestidos em couro, vidros dianteiros (com sistema one-touch de descida para o motorista) e traseiros elétricos, retrovisores externos na cor da carroceria com regulagem elétrica, rodas de liga leve de aro 15” (pneus 185/55 R15), faróis de neblina e rádio CD-Player com MP3 e com comando satélite na coluna de direção. O sistema ABS de freios é o único opcional (R$ 1.540). Lembrando que os valores são sugeridos pelo fabricante.
No dia a dia, o Symbol se comporta muito bem. Seu rodar é macio e seus motores não são beberrões. O 1.6 8V tem um comportamento melhor na cidade, enquanto o 1.6 16V vai bem melhor na estrada, principalmente se o veículo estiver carregado.
Problemas
O visual do Symbol tem o conjunto muito mais harmônico se comparado ao do finado Clio Sedan. Os projetistas da Renault se esforçaram bastante para distanciar os dois veículos. Entretanto, todo trabalho feito pelos franceses não foi suficiente alavancar as vendas do Symbol.
Assim como foi para o Clio Sedan, o design parece ser um dos principais problemas Symbol. Ele não empolga, e esta falta de ousadia acabou afastando o público brasileiro, que também não gostou do espaço interno limitado, especialmente no banco traseiro. E estes foram as grandes questões que ajudaram a levar a versão sedã do Clio para a cova.
A falta de confiança na marca também é um problema. A Renault tem esta dificuldade principalmente com os seus veículos mais caros, como Mégane, Mégane Grand Tour e o próprio Symbol.
Expectativa
Para encaixar o Symbol no mercado, os franceses mataram a versão mais requintada (se é que é possível) do Logan (Privilege 1.6 16V). Com isso, a Renault esperava vender 8.400 unidades do seu novo sedã compacto premium em 2009. Lançado em março, só foram emplacados 6.457 carros no ano passado.
A situação continua ruim em 2010. Segundo números da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), foram emplacados apenas 928 unidades do Symbol neste ano. Só para efeito de comparação, o Polo Sedan, que também não é nenhum sucesso de público (por causa do preço), emplacou 2.118 carros na soma de janeiro e fevereiro.
Pelo visto o fantasma do Clio Sedan só será exorcizado quando a Renault trabalhar uma pesada campanha de marketing, valorizando as principais qualidades do Symbol, e anunciando os seus novos preços: R$ 3.000 mais em conta (pelo menos).
Fonte: Jalopnik
Fotos: Renault/Divulgação