Jeep e Ford: como a marca dos jipes pode se dar bem sem a rival no Brasil

Logomarcas da Jeep e da Ford
Jeep e Ford

Jeep e Ford: como a marca dos jipes pode se dar bem sem a rival no Brasil? Depois da Fiat, agora vamos ver como a Jeep pode ocupar o espaço deixado após o abandono fabril pela marca oval azul por aqui.

Janeiro forte

E, em janeiro, a Jeep aproveitou o momento e alcançou sua maior participação no Brasil em todos os tempos, com 7,5% do mercado total de automóveis, posicionando-a pela primeira vez no quinto lugar do ranking de marcas mais vendidas.

No total, foram 12.127 emplacamentos e a liderança entre os SUVs com uma fatia de 25,3%, o segundo melhor índice já registrado pela marca. Atrás apenas dos 25,8% obtidos em dezembro de 2016 – Compass era recém lançado e o mercado tinha menos representantes na categoria.

Jeep Renegade Moab
Jeep Renegade fez sucesso em janeiro de 2021

“A Jeep não para de crescer e os números provam isso. Ser líder de um mercado cada vez mais competitivo como o de SUVs e ainda emplacar o veículo mais comercializado do segmento é reflexo dos esforços de diferentes áreas, afirma Everton Kurdejak, diretor de Operações Comerciais Jeep no Brasil.

“Vale também dizer que este ano teremos grandes novidades, para obtermos resultados ainda mais relevantes”, complementa Alexandre Aquino, diretor da Jeep para a América Latina.

Renegade e Compass

Os dois modelos nacionais da marca, Renegade e Compass, ficaram entre os 10 carros mais emplacados do país no mês passado. Além de liderar entre os SUVs, o Renegade, rei das vendas diretas, foi o quarto colocado na lista geral, com 7.091 unidades e 4,36% de participação entre todos os automóveis, um recorde na história do modelo.

O Compass emplacou 5.029 exemplares, o que também representaram seu melhor market share na indústria, com 3,1% do mercado total.

Jeep Wrangler (fundo) e Compass
Jeep Wrangler (fundo) e Compass

“Soluço” ou tendência?

Mas será que esse bom momento é um “soluço” ou uma tendência? Acredito que nem um, nem outro.

A Jeep “estraçalhou” a Ford no mercado de SUVs com a sua dupla dinâmica, fazendo Edge, Territory e, especialmente, o EcoSport comerem poeira.

Agora a briga vai começar

Agora, com a chegada do Toyota Corolla Cross (março) e do Volkswagen Taos, o Compass, definitivamente, não terá vida fácil. Ele enfrentará adversários fortíssimos, algo que o Territory jamais conseguirá ser – nem o lançamento do Bronco, o “Ford mais Jeep” da história, fará tanta diferença na briga com a Jeep.

Logo, existe a tendência da participação do Compass de mercado diminuir.

Ford Bronco
“Ford mais Jeep” da história, Bronco tem potencial, mas, importado, será atrapalhado pelo caríssimo dólar no Brasil

Briga feroz

Enquanto isso, o Renegade já está no “bate e apanha” há mais tempo com concorrentes importantes e populares, como Volkswagen T-Cross, Volkswagen Nivus, Chevrolet Tracker, Nissan Kicks, Honda HR-V e Hyundai Creta.

Reforços

Sabendo disso tudo, a Jeep prepara uma mudança visual mínima para o Compass, que ganhará um novo painel (abaixo) e, também, a nova motorização 1.3 turbo flex, da família Firefly, da (agora) Stellantis.

O Renegade também se beneficiará do novo propulsor, que deverá ajudar a corrigir (ou, pelo menos, melhorar) dois dos seus principais problemas: falta de força e consumo altíssimo de combustível nas versões 1.8 flex.

O motor 2.0 16V turbodiesel também será revisto e ficará mais eficiente.

Painel do Jeep Compass 2022
Painel e visual (ao fundo) do Jeep Compass 2022

Tendência

Mesmo com as novidades de motorização, a Jeep não conseguirá manter sua participação de alta como esses 7,5% de janeiro. Isso porque a marca tem apenas representantes no segmento que mais atrai o consumidor no momento, de SUVs, mas que não é o mais popular do País.

Além disso, diferente da Fiat, que ataca com Argo e Cronos, a Jeep não tem (e nem terá) um hatch e um sedã compactos para vender no mercado nacional, “substituindo” o Ka e o Ka Sedan.

Ela também não terá, tão cedo, uma picape para brigar com a Ranger.

Conclusão: Jeep e Ford

Mesmo assim, a Jeep tem potencial para abocanhar uma parte da fatia de mercado da Ford até antes do anúncio do fechamento das fábricas, e, com certeza, dominará facilmente a “nova Ford”.

Digo isso porque, mesmo sem uma picape, o quarteto da Jeep é mais adequado e interessante para o consumidor brasileiro do que o futuro trio Ford .

  • Jeep Renegade (nacional)
  • Jeep Compass (nacional)
  • Jeep Wrangler (importado)
  • Jeep Grand Cherokee (importado)

X

  • Ford Territory (importado)
  • Ford Edge (importado)
  • Ford Bronco (importado)

Mas a tendência é que a Jeep continue atrás da Volkswagen, Fiat, Chevrolet, Hyundai, Toyota e Renault, disputando a sétima colocação com a Honda e a Nissan.

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