Grande notícia para os fãs de uma das famílias mais legais da marca no Brasil: a linha 2017 do Renault Duster e da Oroch chega focada no aumento do conforto e na redução do consumo de combustível. Os segredos foram ofertar câmbio automático para a picape e mexer no conjunto mecânico da dupla. Além disso, o SUV ficou mais barato em algumas versões, enquanto sua “irmã” ficou mais cara.

Realmente o foco da Renault foi reduzir o consumo de combustível da sua robusta dupla – talvez o principal problema do modelo perante a concorrência. Para isso, segundo a marca, foi feito um investimento na melhoria da eficiência energética de até 11,5% no motor 2.0 16V, em relação ao modelo anterior.

Produzido na fábrica da Renault em São José dos Pinhais (PR), o propulsor 2.0 recebeu uma mudança na força tangencial no anel do cilindro e na redução de atrito interno, gerando uma melhoria no consumo de combustível, mantendo os números de potência e torque: 143 cv e 20,2 mkgf com gasolina e 148 cv e 20,9 mkgf com etanol.

A adoção de “pneus verdes” para o Duster 2.0 (item já presente na Duster Oroch), com menor resistência ao rolamento, também contribui para melhorar a eficiência. Estes pneus são mais leves e aquecem menos, graças à adição de alguns compostos especiais à mistura original de borracha e sílica que dá origem aos pneus, sem comprometer em segurança, aderência e durabilidade.

Outra solução buscada pela Renault para melhorar a eficiência energética e reduzir o consumo de combustível da família Duster 2.0 veio da Fórmula 1. O sistema ESM (Energy Smart System) de regeneração de energia funciona de forma simples. Durante a desaceleração do carro, quando o motorista retira o pé do acelerador, o motor continua girando sem consumir combustível. Nesse momento, o alternador automaticamente passa a recuperar energia e enviá-la para a bateria, que aumenta sua carga sem consumo de combustível. Durante a aceleração, o alternador não precisa “roubar” energia do motor para enviar à bateria, já que houve a carga na desaceleração.

Tanto o Duster quanto a Duster Oroch oferecem ainda a função EcoMode, que pode ser acionada por meio do botão localizado no painel central. Este modo limita a potência e o torque do motor, além de reduzir a potência do ar-condicionado, o que permite uma redução de 10% no consumo de combustível. Outro recurso é o indicador de trocas de marchas Gear Shift Indicator (GSI), o qual auxilia o motorista a dirigir de forma econômica e eficiente ao sugerir quando reduzir ou aumentar a marcha para melhor aproveitar as características dos motores.

Mais redução de consumo e ergonomia

Realmente um conjunto e tanto para fazer os modelos beberem menos. Mas a marca preparou outra notável evolução que, além de reduzir o consumo, aumenta o conforto: a adoção da direção com assistência eletro-hidráulica (tecnologia intermediária entre a hidráulica e a elétrica). Para o motorista, isso representa uma direção ainda mais leve e um menor esforço na hora de realizar manobras. A direção com esforço variável ainda se ajusta de acordo com a velocidade, ficando mais pesada em altas velocidades e proporcionando maior segurança. Como nesse sistema a bomba da direção passa a ser acionada por um motor elétrico a parte, e não pelo motor do carro, evita-se a perda de potência e se reduz em até 2% o consumo de combustível.

Tanto Duster quanto Duster Oroch também evoluíram em ergonomia para melhorar o dia a dia dos passageiros. O comando de controle dos retrovisores elétricos, finalmente, está na porta do motorista. Outra mudança foi na adoção do vidro “one-touch”, que traz maior conforto e praticidade aos passageiros. Há ainda o fechamento global dos vidros pela chave na versão Dynamique, bastando ao motorista dar dois cliques no controle remoto do carro, para que os vidros subam automaticamente.

De acordo com a Renault, o desenvolvimento da linha 2017 da dupla Duster e Oroch levou dois anos, testando 121 unidades no Brasil, Argentina e França e envolveu 74 engenheiros da RTA (Renault Tecnologia Américas), que tem o objetivo de desenvolver produtos voltados às necessidades e ao perfil do consumidor latino-americano.

Conforto ao pé esquerdo

O Duster Oroch, que criou um segmento entre as picapes pequenas e grandes, aumenta sua gama de versões com a adoção da caixa automática de quatro marchas, a mesma que já equipa o SUV Duster. Esse ultrapassado e confiável câmbio permite ainda trocas manuais por meio de toques na alavanca de transmissão.

De acordo com a Renault, a picape Oroch automática oferece conforto extra especialmente para os usuários que a utilizam na cidade – hoje, cerca de 48% dos consumidores dos grandes centros urbanos, como Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo, optam por carros automáticos.

Resta saber como será o comportamento do Duster Oroch 2.0 automático com a caçamba totalmente carregada. Só mesmo com um teste completo para saber. Quem sabe a Renault não me empresta uma unidade por alguns dias?

Preços competitivos

Se as novidades da linha 2017 são muito bem-vindas, o mesmo pode se dizer do preço do Duster. Suas versões com motor 1.6 16V mantiveram os preços, enquanto quase todos os acabamentos com propulsor 2.0, além de beber menos, ficaram mais baratos; só o 2.0 4×2 manual subiu. Confira:

Já a picape Oroch, infelizmente, ficou mais cara. Pelo menos o seu aumento não foi exagerado como o aplicado pela Fiat à Toro.

Resumo da obra

A linha 2017, em teoria, melhorou um dos principais defeitos da família Duster: o consumo de combustível. Além disso, a ergonomia melhorou, assim como o conforto, especialmente com a opção do ultrapassado e confiável câmbio automático de quatro marchas para a picape Oroch – muito bem-vindo. Mas imaginem como o consumo melhoraria ainda mais com um transmissão automática de seis marchas ou CVT?

Mas, mesmo assim, as novidades farão bem à dupla, ficando agora a dica para acrescentar ajuste de profundidade ao volante (provavelmente só na próxima geração ou no Kaptur, futuro novo SUV da marca). Em relação aos aumentos de preços, eles nunca são legais, mas, pelo menos, não foram absurdos como algumas fábricas andaram fazendo por aqui e por ali.