O cenário de baixa do mercado de automóveis não é exclusivo do Brasil e afeta vários outros países do mundo. Nesses casos, os carros mais acessíveis são os mais prejudicados, uma vez que a crise atinge primeiro quem tem menor poder aquisitivo.
Mas, como aconteceu no ano passado, apesar do cenário desafiador, as marcas premium continuam bem. A Audi é um exemplo disso e encerrou o primeiro trimestre de 2016 com resultados interessantes, reportando uma receita de €14,511 milhões, com lucro operacional de €1,202 milhões, que inclui despesas com itens extraordinários, que somam valor de €100 milhões. A margem de lucro operacional foi de 8,3%, mantendo-se dentro da meta estratégica de 8 a 10%, apesar dos itens extraordinários.
De janeiro a março, a montadora entregou 455.754 carros para seus clientes, o que representa um aumento de 4% na comparação com o mesmo período do ano passado (1T 2015: 438.171 unidades). Já a receita de €14,511 milhões, foi 1% menor devido, principalmente, aos efeitos das taxas de câmbio e a forte concorrência em alguns mercados.
“Apesar de movimentos de efeitos cambiais e itens extraordinários, o lucro operacional também reflete as altas despesas antecipadas”, informa Axel Strotbek, membro do board para Gestão Financeira e TI da AUDI AG. “Além disso, a nossa margem de lucro operacional está dentro da nossa meta estratégica, de oito a 10%”, completa. Neste ano, a Audi abriu caminho em novos segmentos. Com o Q2, por exemplo, a marca lançou um modelo completamente novo, além de levar a mercados estratégicos carros como o Q7 e o A4. A companhia também está iniciando as operações de sua planta no México. O Grupo prevê despesas de mais de €3 bilhões neste ano.
Os objetivos da empresa para o ano se mantêm. Para 2016, a expectativa é que a marca venda um pouco mais do que 2015. Dependendo das condições econômicas e das oscilações cambiais, a empresa espera obter crescimento moderado em sua receita.
A Audi também prevê a continuação de intensa competição em alguns mercados-chave. Outro fator é a mudança tecnológica na indústria automotiva para conceitos alternativos de transporte e o aumento da digitalização. No entanto, a Audi, mais uma vez, manterá sua meta estratégica de margem operacional de lucro entre 8 e 10%.
“Nós garantimos o alcance de nossos objetivos de rentabilidade por meio de uma gestão consistente de custos, o que nos dá bases para continuar investindo e inovando”, ressalta Strotbek. Com a nova geração do A8, que será lançada em breve, a Audi coloca pela primeira vez no mercado modelos autônomos (piloted driving). Além disso, em 2018, a marca irá lançar em grande escala seu primeiro modelo totalmente elétrico.
E no Brasil?
Seguindo os reflexos positivos da marca no mercado mundial, no Brasil, a Audi também repete os resultados interessantes, demonstrando que o segmento premium segue em alta. A Audi Center, em Belo Horizonte, segue um crescimento contínuo no número de vendas. Foram 130 veículos novos e 105 usados comercializados no primeiro trimestre de 2016. Com isso, a concessionária se mantém na liderança de vendas no segmento premium, com 48,6% de share nacional. A expectativa da revenda para o fim do ano é comercializar cerca de 700 unidades, o que representa um crescimento de 15%, se comparado com 2015.
“A Audi do Brasil está impulsionando o desenvolvimento do setor premium. Isso se deve à estratégia acertada de lançar linhas de produto inovadoras e com diversas opções de modelos. Nos últimos três anos, a montadora estabeleceu um processo de logística muito mais eficiente. A marca está lançando os modelos no Brasil praticamente ao mesmo tempo em que veículo é apresentado ao mundo”, analisa Miguel Albino, o superintendente da Audi Center BH.
Os principais responsáveis pelas 130 unidades vendidas no primeiro trimestre foram o A3 Sedan e o nacional Q3 2017.