Há alguns dias, passei por uma das piores e mais tensas experiências que já tive como motorista: um tapete quase tirou a minha vida. Antes de explicar o que aconteceu, antecipo que essa quase fatalidade é mais um “oferecimento” da Localiza.
Linea do problema
Cheguei em Ribeirão Preto (SP) e fui ao guichê da Localiza no aeroporto para retirar o carro que eu tinha reservado. Como de costume, a locadora não tinha o veículo que estava na minha solicitação e, mais uma vez, me ofereceram um “upgrade”. O automóvel oferecido era um Fiat Linea Essence 1.8.
Como eu não tinha outra alternativa, nem tempo para ficar lá, aceitei e fui embora. Nos primeiros quilômetros, achei que o sedã ítalo-mineiro estava com algum problema na embreagem, que estava estranha. Quando cheguei ao meu destino, tudo estava mais ou menos normal, mas eu continuava desconfiado do carro.
No dia seguinte, pela manhã, bem cedo, por segurança, fiz alguns testes antes de sair com o sedã novamente, ainda mais porque eu pegaria estrada. Por precaução, fui até o meu destino com velocidade mais baixa. Mas eu continuava sem confiar 100% no veículo.
A hora do pesadelo
Na hora em que fui embora, à noite, peguei a estrada novamente e estava tudo aparentemente normal. A rodovia estava bem cheia, mas os carros conseguiam manter a velocidade próxima ao limite da via – 110 km/h.
Eu estava a 100 km/h e, depois de superar um aclive, notei, do alto, que o trânsito estava parando, a cerca de 1 km à frente. Comecei a descer e toquei o pé no freio, mas nada aconteceu. O Linea continuava descendo e eu apertando o freio com mais força e a velocidade não reduzia. Lembrei então dos meus cursos de direção segura com a Fiat e com a Audi e usei o câmbio para me ajudar.
Reduzi para quarta e, depois, para a terceira. Fui forçado a costurar dois carros no meio do trajeto, que estavam mais lentos, para evitar uma colisão. Ao fazer isso, notei que o trânsito intenso estava se aproximando bem mais rápido do que imaginei.
Máximo de força
Tentei, mais uma vez, usar os freios. Dessa vez pisei no pedal com o máximo de força que consegui e, pela primeira vez em alguns quilômetros, o Linea respondeu ao freio, mesmo que muito pouco.
Tapete maldito
Quando percebi isso, pensei: “ainda tenho freio”. Foi então que olhei o mais rápido que pude para baixo e notei que o tapete estava totalmente afundado, debaixo dos pedais.
Tentei retirá-lo, mas ele estava enganchado no pedal do freio. Tentei de novo e nada. Joguei uma segunda marcha, fazendo o giro subir para as alturas e me preparei para puxar o freio de mão e para jogar o carro para o acostamento com grama, evitando fazer um “strike automotivo”.
A parada
Faltando poucos metros para chegar aos carros parados, praticamente na minha última tentativa, consegui retirar o tapete e, para o meu alívio absoluto, o freio funcionou! Finalmente consegui parar o sedã italiano.
O problema
Foi então que entendi o que estava acontecendo com a embreagem e o que aconteceu com os freios. A Localiza colocou no Linea um tapete que não era adequado para o carro, muito maior do que deveria. Para caber, algum funcionário dobrou o tapete, o enfiando de qualquer jeito, obstruindo a parte de trás dos pedais. Um ABSURDO completo!
Localiza sendo Localiza
Revoltado, voltei ao Aeroporto de Ribeirão Preto, onde retirei o veículo. Como demorei quase 1h para ir até lá, cheguei mais calmo e com cabeça para conversar com as atendentes. Eu disse a elas o que aconteceu e a resposta que ouvi foi “esse não é o padrão da Localiza“!
A solução apresentada por elas foi trocar o veículo! Repito aqui a pergunta que fiz a elas: do que adiantaria trocar o carro se o problema era o tapete (e a negligência do funcionário que fez isso)?
Se o afronte à minha vida não fosse o suficiente, nem um pedido de desculpas das funcionárias eu ouvi.
Histórico de problemas
- Já aluguei um carro fedorento;
- já me cobraram por um reparado de um vidro que eu não danifiquei;
- peguei um carro muito desalinhado;
- outro com a tomada 12V quebrada;
- me ofereceram carro sem ABS; me alugaram um GPS que não sabia o caminho;
- já tomei banho de um ar-condicionado quebrado;
- já fiquei na fila um tempão para retirar um veículo;
- já peguei um Ka que bebia horrores;
- já me cobraram ( no plural) quantias erradas no meu cartão de crédito;
- já tomei banho de chuva porque a Localiza não tinha cobertura até o veículo;
- peguei um carro que estava com defeito no medidor de combustível;
- outro que o ar-condicionado praticamente não funcionava;
- peguei um veículo com os tapetes ensopados e com os limpadores velhos;
- quantas vezes fui obrigado a pegar outro carro porque o que eu tinha reservado não estava disponível;
- enfrentei uma situação absurda para retirar um Dobló
- entre tantos outros problemas.
Mas, em nenhum momento, enfrentei um situação com a Localiza tão séria e grave quanto essa, que colocou a minha vida e a de outras pessoas em risco por um descuido que considero até simples, mas totalmente absurdo!
Comecei o ano de 2016 tentando esquecer os problemas antigos com a Localiza, preparado para dar uma nova chance à empresa. Mas, se no primeiro trimestre a situação não foi boa, o que devo pensar agora, depois desse preocupante episódio?
Lamentar, mais uma vez, não vai adiantar nada.
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por que continua locando com esta empresa?
Oi Luana. A empresa onde trabalho tem convênio com a Localiza, por isso devo sempre alugar lá.
Comigo também é assim. Então eu fico uns 30 minutos inspecionando o carro antes de sair da loja. Na última me deram um carro sem o limpador traseiro e certamente iriam me cobrar um na volta. Peço pra marcar todos o arranhões e verifico tudo. Tem dado certo.
Você está certo! Na sexta passada, aluguei outro carro na Localiza e, obviamente, tive problemas.
Parizzi tente fazer com que sua empresa mude para a MOVIDA, até agora não tive problemas com ela e os carros parecem ser bem cuidados e inspecionados por ela.
Ótima dica, Marcus! Vou me lembrar na próxima vez!
Espero que eu consiga me livrar da Localiza o quanto antes, mas Hertz eu não quero!