No final do ano passado, a Honda anunciou as novidades para a linha Honda City 2016. Confesso que fiquei empolgado com as adições, especialmente da versão EXL, que passa a ter seis airbags. Entretanto, a marca não havia anunciado os preços do modelo – o que ela acabou fazendo ontem. E eles assustaram muitos interessados na compra do sedã, inclusive eu.
Infelizmente, depois da conversa que tive com um concessionário, o aumento já era esperado. Realmente parece um tiro no pé por parte da Honda, afinal, com o mercado em baixa, elevar os valores reduz consideravelmente a atratividade do veículo e, por consequência, as vendas, podendo até criar uma certa antipatia do consumidor com a marca.
Parece que nem a assessoria de imprensa da empresa gostou do preço, afinal, além de destacar o Accord 2016 na primeira metade do texto de divulgação, apenas o valor mais “barato” do City, de R$ 58.000, foi colocado no meio do conteúdo, enquanto todo os outros números ficaram lá no final.
Honda | Câmbio | Preço 2015 | Preço 2016 | Aumento* |
City DX 1.5 | Manual | R$ 55.300 | R$ 58.000 | 4,88% |
City LX 1.5 | Automático CVT | R$ 64.900 | R$ 69.000 | 6,33% |
City EX 1.5 | Automático CVT | R$ 69.000 | R$ 72.500 | 5,07% |
City EXL 1.5 | Automático CVT | R$ 72.200 | R$ 77.900 | 7,76% |
*: Aumento aproximado.
Como falei antes, com o aumento de preços do City, a Honda estará, por tabela, tornando o Civic ainda mais caro (para não “trombar” com o irmão). Imaginem quanto irá custar a novíssima geração do sedã médio por aqui quando ele for lançado? Pois é…
Por mais que a Honda não esteja fazendo nada ilegal aumentando os preços do City e que ela esteja totalmente dentro do seu direito, a ação demonstra um pouco de falta de sensibilidade com a situação econômica atual. Sei muito bem que os custos aumentaram e que existem uma série de outros fatores que devem ser levados em consideração, mas repassar uma elevação desse porte ao consumidor, que beira os 8% no caso da versão EXL (curiosamente a que me interessava), era mesmo necessário?
A estratégia da marca japonesa parece mesmo ser a de vender menos unidades com um valor mais alto do que mais carros por um preço mais convidativo. É como disse o meu amigo Jonathan: “matemática simples, vendíamos 1.000 carros por R$ 100 = R$ 100.000 em 2014. O que fazemos em 2016? Vendemos 730 carros por R$ 150 = R$ 109.500.”
E não podemos nos esquecer de um detalhe importantíssimo: o City EXL vale mesmo R$ 77.900? Ele entrega seis airbags, tem um espaço interno legal, porta-malas interessante, acabamento bem feito, câmbio automático CVT com paddle shift, central multimídia, câmera de ré, bancos revestidos em couro, entre outros equipamentos.
Mas, para um carro que beira R$ 80.000, meu nível de exigência aumenta e espero que o veículo tenha, pelo menos, controles de tração e estabilidade, freio a disco nas quatro rodas, motor com, no mínimo, 140 cv de potência e 20 mkgf de torque; assistente de partida em rampa, sensores de chuva e crepuscular, lâmpadas de LED (uso diurno) e mais alguns itens – todos esses equipamentos o City EXL 2016 não tem e seu motor gera 115/116 cv e 15,3 mkgf.
O que dizem os internautas:
Sandoval
“É meu caro Renato,a Honda acaba de atirar no seu próprio pé,pois anunciou o preço do City partindo de 58 mil. Pretendia comprar um, mas assim sendo, prefiro sinceramente um Corola pelado a um City nestas condições. A Honda está se achando como montadora e está aumentando os preços de seus veículos, que na verdade já eram altíssimos.”
Junior
“Seria uma ótima escolha se possuísse ESP. O primeiro critério que me faz descartar um carro é a ausência do controle de estabilidade.”
Informecar
“Assim como todo Honda, esse tem um sério problema… PREÇO!
Perante o mercado, pedem muito por nem tanta coisa assim. Pagar por marca, apenas por um “H”? Não, obrigado!”
Fernando
“Cobrar preço de sedã médio para um carro que não é sedã médio – a Honda só pode estar de brincadeira com o City 2016. Melhor pegar um Civic ultrapassado, um Corolla ou, até mesmo, um Sentra.”
João
“Pensava em trocar o meu Fit num City por causa do porta-malas, mas agora penso em trocar de marca, pois a Honda exagerou nos preços.”
o que nao falta no nosso mercado e opcoes, o cobalt e o new fiesta sedan partem de 60mil e o city de 58mil pra quem quer um sedan espaçoso e nao tem esse dinheiro recomendo o prisma, logan e principalmente o versa q em todos os paises ele e concorrente do city mas aqui ele e considerado um nivel abaixo
Não tem condições a Honda praticar esse preço para o City. A marca enlouqueceu.
Ouso em dizer que o tiro não foi no pé, mas sim no coração!
Renato, te dou plena razao em suas ponderacoes quanto ao aumento de precos da Honda. Gostaria de sugerir ao amigo um teste comparativo entre o city elx de R$78.000,00 e o Sentra SV de R$ 76.000,00 para ver o que vale mais a pena. Um abracao.
Ricardo, a sua sugestão vai ser uma das estreias do canal de vídeos do De 0 a 100 no Youtube!
Realmente estou pensando em trocar meu city, mas o preço não me motivou, vou esperar mais ,quem sabe para o ano ele venha a baixar, espero que sim, caso contrário vou esperar pra ver.
Muito caro, o aumento foi absurdo, nem parece que tem crise, o momento é de baixar os preços.