Depois de figurar entre os mais feios carros em produção no Brasil, ele finalmente mudou! O Chevrolet Cobalt 2016 chega com uma boa evolução em design, deixando para trás o seu jeito feioso de ser, e com uma mínima evolução interna (graças à 2ª geração do MyLink). Mas a General Motors foi gananciosa demais e praticamente matou a relação custo/benefício do modelo, se esquecendo completamente das melhorias mecânicas. Uma pena.
Começando pela parte boa, o Chevrolet Cobalt 2016 deixou de ser feio! A carroceria do modelo foi quase toda redesenhada e, embora não seja um primor visual, traz agora linhas bem mais resolvidas, em sintonia com a nova linguagem global de design da marca – inaugurada recentemente nos EUA pelo novo Malibu (não o testado pelo De 0 a 100).
Por fora
A dianteira tem novo capô e grade com as tradicionais duas aberturas e o logo Chevrolet entre elas. Os faróis, agora de dupla parábola, estão mais afilados e trazem uma armação cromada na parte interna que demarca a área específica das lâmpadas. O para-choque também é novo, com novas molduras dos faróis auxiliares e entrada de ar inferior, além de contar com uma uma espécie de spoiler.
Na traseira, as lanternas, que eram mais verticais, agora adotam um estilo mais horizontal, invadindo a tampa do porta-malas, que também foi redesenhada e conta com um discreto aerofólio, que combina bem mais, substituindo o “aerofólio” anterior de estilo xuning e de gosto bem duvidoso. A horrorosa fechadura da tampa do porta-malas deu adeus, enquanto o para-choque foi alterado para dar mais consistência visual na parte de trás do veículo, escondendo o cano de saída do escape.
Se a traseira do Onix foi claramente inspirada no Gol, algumas pessoas tem achado a traseira do Cobalt inspirada no Voyage. Vejo semelhantes, mas nada que chege a influenciar. Algumas pessoas
Na lateral, destaque para vincos dos para-lamas dianteiros e das novas rodas cujo estilos variam de acordo com a versão. O Cobalt 2016 pode ser encontrado nas cores Branco Summit, Azul Macaw, Prata Switchblade, Preto Carbon Flash e Cinza Graphite, além das novas Bege Pepper Dust, Cinza Aztec e Marrom Mogno Brown – esta desenvolvida exclusivamente para o lançamento do veículo (ou seja, deverá dar adeus em alguns meses).
O Cobalt 2016 é o primeiro carro da marca no Brasil é contar com a linguagem global de design da companhia. E a escolha foi sábia, mostrando que o Centro de Design da General Motors do Brasil está atento aos erros cometidos no passado (outros exemplos além do sedã: os feios Agile e Spin). O Cobalt era um carro ultrapassado e envelhecido desde o seu lançamento, em 2011. Agora, finalmente, tem um design justo e atual.
Por dentro
Diferente do que aconteceu por fora, no interior as mudanças foram bem mais discretas no Cobalt 2016. O painel de instrumentos é o mesmo. Agora há opção de bancos com revestimento premium bicolor (Jet Black e Brownstone), molduras das saídas de ar e da alavanca da transmissão automática em acabamento preto brilhante (black piano) e volante multifuncional revestido com costura pespontada.
Para melhorar a ergonomia, o posicionamento dos puxadores e dos comandos dos vidros elétricos foi alterado. Os painéis das portas foram completamente reprojetados, enquanto os apoios de braço receberam o mesmo revestimento dos bancos.
O mecanismo do ar-condicionado também foi alterado: os comandos passam a se concentrar no trio de botões giratórios, e o sistema de recirculação passa a ser acionado automaticamente a partir da velocidade três do ventilador.
O espaço interno continua sendo uma das grandes virtudes do Cobalt na linha 2016. Com entre-eixos de 2,62 m, o modelo oferece espaço interessante, embora deixe a desejar na segurança, já que, em pleno século 21, o passageiro central traseiro ainda não conta com cinto de três pontos e apoio de cabeça.
O sedã da GM conta com 18 porta-objetos e tem 563 litros de capacidade no porta-malas, um dos maiores do Brasil.
MyLink
Outra novidade interessante do Cobalt 2016 é o MyLink. A linha 2016 do sedã também marca a chegada da segunda geração do sistema multimídia, que tem novo visual, melhor resolução gráfica e tecnologia multi-touch na tela de 7″. Similar à de smartphones, ela facilita e potencializa a navegação com os dedos e permite reorganizar os ícones da página inicial, por exemplo.
O MyLink pode se conectar agora com os sistemas Android Auto, da Google, e CarPlay, da Apple. Com a nova tecnologia será possível, por exemplo, ditar e ouvir mensagens de texto por meio do sistema de áudio do veículo, obter itinerários, consultar condições de trânsito, fazer buscas de restaurantes e outros pontos de interesse e até mesmo acessar aplicativos, entre eles o WhatsApp e o Skype, de mensagens, e o Spotify e o TuneIn, de músicas online.
Por conseguir identificar telefones com o sistema operacional iOS e Android, o multimídia projeta menus com as interfaces próprias de cada um deles para a familiarização do usuário.
Já as teclas de avançar e retroceder do multimídia foram deslocadas do visor para o painel externo do aparelho e o botão do volume passa a ser giratório, facilitando a operação. Várias funções ainda podem ser comandadas por teclas no volante multifuncional do Chevrolet Cobalt 2016.
Além disso a porta USB permite agora conectar, por meio de um hub externo, dois dispositivos USB e um iPod, por exemplo, enquanto até 10 celulares podem ser emparelhados com sistema Bluetooth, sendo que somente um celular pode ser conectado de cada vez.
O MyLink já está presente em mais da metade das unidades vendidas pela Chevrolet no Brasil, o que demonstra o seu valor para os clientes da marca. O aparelho possui ainda um sistema de segurança eletrônico para impedir furtos – ele só funciona no veículo em que foi primeiramente instalado e não pode ser usado em outro automóvel.
OnStar
Outra novidade interessante do interior do Cobalt 2016 são os botões na base do espelho retrovisor central. Eles comandam o exclusivo (da marca) sistema OnStar da Chevrolet. Por meio deles, o usuário entra em contato com uma central de atendimento 24 horas e pode usufruir de serviços de emergência, concierge e de conectividade. Há ainda um aplicativo para smartphones, que permite monitorar e comandar diversas funções do veículo remotamente.
Pressionando um botão no retrovisor interno, o motorista é conectado a uma central com atendimento humano que oferece serviços como pesquisas rápidas na internet, reservas e informações sobre situações de tráfego (vias alagadas ou bloqueadas). Pode-se igualmente acionar o botão OnStar para solicitar assistência mecânica, elétrica ou médica em caso de emergência.
A comunicação entre os ocupantes e o atendente do Centro de Atendimento ocorre por meio de uma linha celular exclusiva do veículo, que transmite a conversa pelos alto-falantes e microfones do sistema “hands-free” do carro.
O OnStar também avisa quando o automóvel está sendo furtado ou envolveu-se em um acidente que resultou na deflagração dos airbags. Isso acontece pois os sensores espalhados pela carroceria são capazes de detectar situações de anormalidade e alertam o Centro de Atendimento.
O OnStar também permite que o usuário comande funções do veículo por meio de um aplicativo para smartphone, como o travamento das portas. Pelo app ainda é possível programar para receber notificações quando o veículo inicia uma nova movimentação, saber qual é a sua localização atual e ainda pedir para ser avisado quando o velocímetro ultrapassar o limite de velocidade predeterminado – recursos úteis principalmente quando o automóvel é cedido a terceiros.
O aplicativo é compatível com os sistemas Android e IOS e pode ser baixado na Play Store e agora também na Apple Store. Nada de Windows Phone ainda…
No Cobalt 2016, a Chevrolet oferece como cortesia o serviço OnStar por apenas 12 meses. O processo de habilitação pode ser iniciado na concessionária. Na sequência, o cliente recebe um e-mail para finalizar seu cadastro e dar seu aval para a ativação.
Preços, equipamentos, versões e Elite de volta
O Cobalt 2016 chega às concessionárias da Chevrolet em todo Brasil no mês de dezembro disponível em cinco diferentes combinações entre motorização (1.4 e 1.8), transmissão (manual e automática) e versões: LT, LTZ e Elite, que retorna para ser a nova topo de linha (para quem não se lembra, essa sigla era usada, por exemplo, para os modelos mais refinados do Vectra e do Astra). A versão LS, que era a de entrada, dá adeus ao mercado.
O Cobalt 2016, na nova versão de entrada, LT 1.4 manual, vem equipado, de série, com ar-condicionado; direção hidráulica; travas, vidros (dianteiros e traseiros) e retrovisores elétricos; chave tipo canivete com controle remoto de abertura inclusive da tampa do porta-malas; bancos e volante com regulagem de altura; freios ABS com EBD (distribuição eletrônica de frenagem) e airbag duplo.
Subindo para a versão LTZ 1.4 manual, o Cobalt vem com os itens da LT além de faróis de neblina, sensor de estacionamento, computador de bordo, luzes de cortesia traseira, roda de 15 polegadas de alumínio, acabamento cromado, volante multifuncional, controle de velocidade e sistema multimídia MyLink.
A mesma versão LTZ, quando equipada com motor 1.8 e câmbio manual, recebe ainda luz individual de leitura para motorista e passageiro, frisos cromados nas portas, volante com revestimento “premium”, controle de velocidade (cruise control) e sistema multimídia MyLink.
Já o Cobalt LTZ 1.8 automático tem os itens da versão mecânica além do sistema OnStar.
A nova versão Elite 1.8 automática adiciona ao acabamento LTZ AT rodas de alumínio de 15″ com desenho exclusivo, volante e encosto de braços com costura pespontada, frisos cromados na região das saias laterais; bancos com revestimento premium Jet Black e BrownStone, sensores crepuscular, de chuva e sensor de estacionamento e câmera de ré.
Chevrolet 2016 | Motor e câmbio | Preço |
Cobalt LT | 1.4 8V manual | R$ 52.690 |
Cobalt LTZ | 1.4 8V manual | R$ 57.590 |
Cobalt LTZ | 1.8 8V manual | R$ 59.990 |
Cobalt LTZ | 1.8 8V automático | R$ 65.990 |
Cobalt Elite | 1.8 8V automático | R$ 67.990 |
Motores não evoluíram em nada
O Cobalt 2016 é ofertado com as mesmas e ultrapassadas motorizações de sempre. O 1.4 8V Econo.Flex desenvolve 97 cv de potência e 12,5 mkgf de torque com gasolina e 102 cv e 13 mkgf com etanol (menos do que os 98/106 cv e 13/13,9 mkgf do Onix 1.4). Já o propulsor 1.8 8V Econo.Flex (ex-Flexpower) gera 106 cv e 16,4 mkgf com o combustível fóssil e 108 cv e 17,1 mkgf com o derivado da cana-de-açúcar.
As versões 1.8 podem vir equipadas com a transmissão automática de seis marchas, que permite trocas manuais por meio de botões pessimamente localizados na alavanca de câmbio.
Como comentei antes, o Cobalt 1.8 tem muito mais disposição para rodar, até mesmo com o ar-condicionado ligado e o carro carregado. Tudo bem que o desempenho poderia ser bem melhor, mas, levando em consideração a idade do motor e o desempenho do Cobalt 1.4, o sedã da Chevrolet roda de maneira bem mais satisfatória com a velha motorização 1.8 do Meriva.
A versão automática até funciona bem, com trocas relativamente eficientes, especialmente depois da atualização do câmbio. Mas, infelizmente, o antigo motor 1.8 Econ.Flex não tem entrosamento com o moderno câmbio de seis marchas, o que compromete o desempenho e o consumo. Mas, ainda assim, o conjunto é melhor do que os dos concorrentes automatizados, como o Fiat Grand Siena Dualogic Plus, Fiat Linea Dualogic Plus, o Volkswagen Voyage I-Motion e Renault Logan Easy´R, mas inferior aos câmbios CVT do Honda City e de dupla embreagem do Ford New Fiesta Sedan.
Chevrolet | Cobalt 1.4 2015 | Cobalt 1.4 2016 | Cobalt 1.8 2015 | Cobalt 1.8 2016 |
Comprimento (m) | 4,479 | 4.481 | 4,479 | 4.481 |
Largura (m) | 1,735 | 1,735 | 1,735 | 1,735 |
Altura (m) | 1,514 | 1,523 | 1,514 | 1,523 |
Entre-eixos (m) | 2,620 | 2,620 | 2,620 | 2,620 |
Porta-malas (l) | 563 | 563 | 563 | 563 |
Tanque (l) | 54 | 54 | 54 | 54 |
Peso (kg) | 1.072 (MT) | 1.090 (LT) / 1.100 (LTZ) | 1.122 (MT) / 1.149 (AT) | 1.110 (MT) / 1.135 (AT) |
Resumo da obra
Repetindo o que aconteceu com o Renault Logan e o que deve acontecer com o Toyota Etios sedã, as alterações visais fizeram muito bem ao Cobalt 2016, que finalmente tem um design digno do consumidor brasileiro. Traseira e dianteira são mais atuais e tornaram o sedã da Chevrolet um carro visualmente mais leve, embora ele mantenha seu jeito “pesadão” por causa das medidas.
As mudanças internas também foram benéficas, especialmente a segunda geração do MyLink, que permite novas possibilidade e possui uma tela melhor, com mais resolução e uma sensibilidade ao toque superior. O OnStar também é interessante, mas muito limitado por estar disponível apenas para as versões LTZ e Elite e por ser cobrada uma mensalidade depois dos 12 primeiros meses de uso.
Mas o grande problema do Cobalt é a sua relação custo/benefício. Ela não era das melhores até a linha 2015, mas foi quase assassinada de vez pela ganancia da Chevrolet com a chegada do modelo 2016. Se, pelo menos, o carro tivesse motores modernos, eficientes e econômicos.
Alguns exemplos práticos em termos de valores: o Renault Logan Dynamique 1.6 8V automatizado completo custa R$ 55.300 (um pouco mais caro do que o Cobalt 1.4 de entrada, LT); o Fiat Linea Essence 1.8 16V Dualogic Plus custa R$ 66.874 (menos do que o Cobalt Elite 1.8); o Fiat Grand Siena Essence 1.6 16V Dualogic Plus tem preço sugerido de R$ 56.782 (menos do que o Cobalt LTZ 1.4); e o Nissan Versa Unique 1.6 16V manual tem valor sugerido de R$ 56.190 (mais barato do que o Cobalt LTZ 1.4).
Deixei o Ford New Fiesta Sedan de fora porque ele também custa caríssimo. Para fechar, o líder e melhor carro da categoria, Honda City, tem quatro versões: DX 1.5 16V manual, por R$ 55.300; LX 1.5 16V automático CVT, por R$ 64.900; EX 1.5 16V automático CVT por R$ 69.000; e EXL 1.5 16V automático CVT, por R$ 72.700. Sim, o Honda, em linhas gerais, também é caro e custa mais do que o Chevrolet, mas é bem mais carro se levarmos em consideração a diferença de preço em relação ao modelo da General Motors.
O Cobalt continua sendo um ótimo carro, teve evoluções muito bem-vindas na linha 2016 e tem tudo para continuar vendendo bem. Mas, se o visual era o maior problema do carro antes, hoje, seu maior defeito é o preço – salgado demais.
parizzi o 1.8 do cobalt e o F1 nao o F2 usado no monza, esse motor foi lançado em 95 no corsa picape como um 1.6 8v, em 2002 ele virou 1.8 no corsa e de la pra ca teve poucas mudanças. concordo qto ao preço, ele ficou muito caro e parece q as versoes 1.4 sao somente pra frotista, o consumidor comum pagara a partir de 60mil pelo cobalt. a lanterna achei mais parecida com o bmw serie 3 2016 q com um voyage.
Esse novo Cobalt está muito parecido com o Logan, principalmente a parte frontal. Outro aspecto é esse motor que a fabricante colocou nesse modelo, o mesmo 1.8 que era do Corsa, Meriva e Montana, que antes rendia 112/114 e tinha torque de 17,7 kgf/m, só que ao invés de evoluir e melhorar o nível de consumo, o propulsor ficou menos potente e com menos torque para um automóvel que é bem mais pesado, sem falar no preço que está bastante salgado.
Nunca vi avaliação tão parcial, a questão do custo/ben sem duvida está certo, ficou ruim mesmo, mas fora isso, desing é questão puramente pessoal, e não tem sentido nem serventia fazer uma avaliação baseada em gosto pessoal.
Alvaro, na verdade, tem. Esse é um objetivo de um blog: ser a opinião de seu dono. Sites noticiosos devem (pelo menos deveriam) ser imparciais. Aqui a opinião é importante. Um abraço!
Sou dono de um cobalt 12/13, 1.8, LTZ. Já possuí outros carros, inclusive da chevrolet, mas nenhum me deixou tão feliz quanto a aquisição do cobalt, até hoje,
Sou dono de um cobalt 12/13, 1.8, LTZ, manual. Já possuí outros carros, inclusive da chevrolet, mas nenhum me deixou tão feliz quanto a aquisição do cobalt, até hoje, quando fiz o teste no modelo 2016, 1.8, LTZ, aut. Não tenho o que discordar sobre as mudanças externas, mas, se para uns, detalhes não contam, para mim que cotei o preço de 65.990,00 contam muito. Em comparação ao meu, detalhes como painel em uma só cor e com plástico grosso (e preto, o que poluiu bastante o visual – o meu é bicolor entre cinza e grafite com plástico quase liso), acabamento grosseiro no couro do volante todo em preto (o meu é com dois tipos de couro, com a pegada do volante em material que deixa a mão respirar e dois tons de cor ) e o pior, nível de ruído interno alto (fui pra css dirigindo o meu e quando testei o novo estranhei bastante), me fizeram sentir um pequeno retrocesso no interior desse carro. Na troca, mesmo com leve tristeza, vou acabar optando por New City, que é mais caro, não tem o mesmo espaço interno, mas faz jus a cada centavo investido.
Eu possuo um Cobalt 1.4 – 2012 e gostei muito do novo Cobalt, só não fiz o teste drive nele e não sei sobre o barulho, fui olhar o Honda City que é mais de R$ 20.000 e o Corolla mais de R$ 30.000 e sai da realidade de muita gente!!!