O Renault Fluence já foi uma das minhas referências para o segmento de sedãs médios no Brasil em termos de preço e equipamentos de série. Mas, infelizmente, com o passar do tempo, o carro foi ficando mais caro e menos equipado. O pior de tudo: ele tem ficado menos seguro! Agora, meses antes de lançar seu sedã reestilizado, a marca francesa coloca no mercado a série limitada GT Line, que tem visual mais esportivo, mas sem o desempenho do motor 2.0 turbo.
É possível definir a série limitada GT Line da seguinte forma: é a versão Dynamique, a de entrada, com câmbio CVT e com o visual do Fluence GT, o topo de linha.
Na dianteira, o modelo tem spoiler integrado ao para-choque, logo abaixo da entrada de ar, e os faróis de neblina circundados por moldura cromada. Na traseira, um discreto aerofólio incorporado à tampa do porta-malas, como se fossem uma peça única. O escapamento é envolvido pelo extrator de ar na cor preta, logo abaixo do para-choque. Visto de lado, as saias laterais se destacam, assim como as rodas de cinco raios, com aro de 17 polegadas de diâmetro.
As alterações estéticas externas foram concebidas pela equipe do Renault Design América Latina (RDAL), o primeiro estúdio de design da marca no continente americano, localizado no Brasil.
Menos segurança e mais caro
Por dentro, o Fluence GT Line possui cor cinza escura com detalhes cromados e preto brilhante, conta também com painel digital. Em termos de equipamentos, a série limitada vem equipada, de fábrica, com chave-cartão “hands free” que permite o travamento, abertura das portas e partida do motor com maior liberdade, sem a necessidade de uma chave de contato do veículo; ar-condicionado digital dual zone; sistema de som 3D by Arkamys; direção elétrica, volante com dispositivo regulador e limitador de velocidade, sensor de chuva, acendimento automático dos faróis, trio elétrico, freios ABS (com EBD e AFU) e quatro airbags (entre outros).
Mas temos um grande e importante fato a lamentar: o Fluence ficou menos seguro, pois os airbags do tipo cortina, que eram de série desde o lançamento do carro, deram adeus à versão Dynamique, a de entrada, e, por consequência, não estão disponíveis também na série limitada GT Line.
Se isso não fosse suficientemente ruim, o Fluence já sofreu dois aumentos de preços em 2014 (fora o retorno do IPI) em todas as suas versões. Logo, o que podemos concluir ao fazermos a seguinte pergunta: quem ganha com um carro ficando mais caro e menos equipado? A resposta é simples… Dessa forma, o sedã da Renault perde a sua boa relação custo/benefício e a estratégia da marca de alcançar a participação de 8% no mercado nacional pode ficar prejudicada.
Voltando à novidade, diferente da versão GT, que tem motor 2.0 16V turbo a gasolina, de 180 cv, o Fluence GT Line é equipado com o propulsor 2.0 16V Hi-Flex, que desenvolve 140 cv de potência e 19,9 mkgf de torque com gasolina e 143 cv e 20,3 kgfm com etanol. A série limitada é equipada exclusivamente com o câmbio automático CVT X-Tronic. Segundo a marca, o Fluence GT Line precisa de 10,1 s para ser acelerado de 0 a 100 km/h e atinge a velocidade máxima de 195 km/h.
Renault | Preço (R$) |
Fluence Dynimaque 2.0 | 64.990 |
Fluence Dynimaque 2.0 CVT | 70.990 |
Fluence GT Line 2.0 CVT | 78.990 |
Fluence Privilège 2.0 CVT | 81.990 |
Fluence GT 2.0 turbo | 88.990 |
Com três anos de garantia, o Fluence GT Line está disponível para venda na rede de concessionárias Renault a partir de caros R$ 78.990. Digo isso porque, quando foi lançada, a versão esportiva de verdade, GT, com seu motor de 180 cv, custava R$ 79.370.
Agora, se for para pagar o alto preço do GT Line, vale muito mais escolher a versão Privilège do Fluence, que custa lamentáveis R$ 81.990 e vem muito mais equipada. Mas, se você quiser chutar o balde de vez, pague os estratosféricos R$ 88.990 sugeridos pela Renault e leve o Fluence GT para casa.