Depois de anunciá-lo em rede de TV nacional, finalmente a Chevrolet está lançando o seu anti-EcoSport. Neste primeiro momento, o Tracker chega importado do México apenas na versão LTZ 1.8 16V flex com câmbio automático de seis marchas por R$ 71.990. Embora seja uma novidade para os brasileiros, o modelo pouco inova. Além disso, a marca preferiu equipá-lo com rodas maiores, deixando quatro airbags como opcionais.
Não me entendam mal. Eu gostei do Tracker e acho que o modelo é uma grande adição ao segmento e um bom adversário para o Ford EcoSport e para o Renault Duster – e, futuramente, para o Peugeot 2008 e para o Renault Captur. Entretanto, não me conformo com algumas coisas.
Já cansei de falar isso, mas o Tracker poderia ser mais barato. Tudo bem que a versão LTZ é a topo de linha e que, num futuro próximo (até o ano que vem), a Chevrolet vai lançar novas (e mais baratas) versões do modelo. Mas, R$ 71.990 é um pouco salgado, ainda mais se levarmos em consideração os concorrentes (o Renault Duster Dynamique 2.0 16V automático tem preço sugerido de R$ 65.050).
Por esse valor, o Tracker vem equipado com airbag duplo frontal, freios ABS com EBD, trio elétrico, central multimídia MyLink com navegador GPS integrado (sem a necessidade de usar o do celular), comandos de som no volante, câmera de ré com sensor de estacionamento traseiro, direção hidráulica, faróis de neblina, ar-condicionado, bancos revestidos de couro e rodas de liga leve de 18″.
Existe ainda um pacote de opcionais composto por teto solar elétrico e mais quatro airbags (dois laterais e dois do tipo cortina). O preço sobe para R$ 75.490. Aí vem o ponto que não me conformo: por que colocar rodas de aro 18″, quase totalmente inadequadas para as “belas” ruas brasileiras, e deixar os airbags laterias e do tipo cortina de fora? O pior é que não é a primeira vez que a Chevrolet adota esta postura!
Se isso não fosse o suficiente, o Tracker chega sem nenhuma grande novidade ou um diferencial marcante. Seu visual é bem semelhante ao de outros Chevrolet; seu motor 1.8 e câmbio automático vem do Cruze; o duplo porta-luvas vem do Spin; as saídas de ar no estilo turbina vem do Sonic; o quadro de instrumentos vem do Cobalt; o volante é igual para todo mundo; o MyLink deixou de ser novidade há muito tempo. Tração 4×4 ou integral: nem pensar (pelo menos não agora)! Paddle shift para trocas de marcha no volante (no lugar dos péssimos botões no câmbio): nem sonhando! Controles de tração e de estabilidade, só no Tracker LTZ comercializado no México. E assim vai… Logo, o Tracker vendido no Brasil é apenas “mais um”.
Pelo menos o novo Chevrolet tem um conjunto visual interessante. Embora a dianteira seja atraente, por combinar com a proposta do veículo, o excesso do DNA da marca começa a dar sinais de cansaço – como já acontece com a Volkswagen (mais aqui). Já a traseira ficou interessante – gosto da solução sem estepe externo. Mas acho que o maior destaque do Tracker são as suas laterais, com pronunciadas caixas de roda, que passam um forte aspecto de robustez.
Desenvolvido na Coréia do Sul, o Tracker é um projeto global e é vendido em mais de 140 países. Ele vem importado do México para ser comercializado no Brasil. O modelo mede 4,248 m de comprimento, 1,776 m de largura, 1,647 m de altura e tem 2,555 m de distância entre-eixos.
O espaço no porta-malas do Tracker gera um pouco de discussão. No release oficial da Chevrolet diz que o modelo tem capacidade para até 735 litros com o banco traseiro rebatido – mas não informa na posição normal. Alguns lugares publicaram 530 litros. Mas parece que o certo mesmo são (apenas) 306 litros de volume com o banco traseiro na posição normal.
O motor 1.8 16V Ecotec flex desenvolve 140 cv de potência e 17,8 mkgf de torque com gasolina e 144 cv e 18,9 mkgf com etanol. De acordo com a marca, o Tracker LTZ automático, que pesa 1.390 kg e tem 53 litros de capacidade no tanque, precisa de 11,7 (g)/11,5 (e) segundos para ser acelerado de 0 a 100 km/h e atinge 189 km/h de velocidade máxima com qualquer combustível.
Vamos esperar pelas versões mais baratas para ver como o Tracker se comportará de verdade no mercado. Até lá, venderá de forma limitada (para não dizer pouco).
Além do auto valor pedido pelo modelo que tem como concorrentes veículos mais equipados, bem maiores (pra quem procura espaço nessa categoria) e por um preço menor, além da ausência de itens de segurança (4 airbag) como bem citado pelo Parizzi, o que vem me incomodando nessa moda das montadoras que insistem em manter um certo “DNA” criando esses carros “univitelinos”, é a aparência do conjunto.
Hoje em dia, vendo a foto do interior desses veículos, dificilmente a gente sabe de qual modelo estamos falando. Acaba que fica tudo igual, do mais simples e popular ao mais sofisticado e luxuoso, salvo algumas pouquíssimas exceções. Isso sem falar da dianteira, grades faróis, etc.
Repare na terceira foto desse post. Estamos diante de qual veículo? Um Cobalt, Onix, Prisma, Sonic, Spin ou Tracker???
Me ajuda aí, fabricantes!
Não estou conseguindo ver foto nenhuma. Sou só eu? Já testei em vários computadores e navegadores.
Oi Leônidas. Tive um problema com as fotos mais recentes do DZC. Estou trabalhando arduamente para recuperá-las. Aos poucos elas vão voltando. Um abraço!
Obrigado. É FATO!!
Olá Renato, Minha namorada está querendo comprar um Suv automático semi-novo (2011 a 2013), e a mesma está indecisa entre o IX35, Sportage, Captiva e CRV. Qual é desses carros, que tem o melho custo benefio e menor depreciação?
Ela gostou tambem do novo chevrolet Tracker, esse carro seria uma boa compra ja que ela quer um suv.
Ótimas observações, mas há algumas correções. O Tracker não vem com GPS, nem na versão LTZ. O MyLink dele não oferece este recurso nem como opcional. Outra questão é o interior, que tem detalhes em branco no painel e no banco. Horrível! Parece plástico de segunda categoria! Pelo menos se fosse todos escuro (como nas fotos acima) seria mais bonito. Falta mais capricho. Acertaram em oferecer o teto-solar, mas esqueceram do GPS. Sempre fica faltando algum detalhe. Será que não enxergam direito o que o consumidor quer, ou simplesmente ignoram de uma vez porque o povo compra mesmo assim?
Renato Parizzi, você postou: “Já cansei de falar isso, mas o Tracker poderia ser mais barato… R$ 71.990 é um pouco salgado, ainda mais se levarmos em consideração os concorrentes (o Renault Duster Dynamique 2.0 16V automático tem preço sugerido de R$ 65.050)”. E no início: “… o Tracker chega importado do México …” Ora, sendo importado, o Tracker certamente vai ser mais caro que os seus concorrentes fabricados no Brasil (Duster/Ecosport). Não dá para comparar preços diretamente entre nacionais e importados. Quem já dirigiu o Tracker notou que a suspensão está muito bem ajustada para as nossas citadas “belas ruas brasileiras”, daí as rodas 18 polegadas não serem um problema, além de dar um ótimo visual ao carro. Prefiro um Tracker, que pouco se vê nas ruas, do que os Duster/Ecosport, que se vê em todo canto.
Pedro, entendo o seu ponto de vista. Mas veja: o Nissan Sentra vem do México e sua versão topo de linha custa R$ 12.000 a menos do que o Civic EXR e R$ 19.000 a menos do que o Corolla Altis. Ou seja, se a Chevrolet quisesse, venderia o Tracker por um preço mais baixo. Um abraço!